“Treta” com Marcelo, apego ao surf e futuro no Santo André: Júnior Caiçara abre o jogo ao 365Scores
Com passagens por diversos clubes europeus, Júnior Caiçara retornou às origens em 2024 ao fechar com o Santo André para a disputa do Campeonato Paulista.
Em entrevista exclusiva ao 365Scores, o jogador projetou o que espera do torneio e ainda revelou uma “treta” com Marcelo, atualmente no Fluminense, na época em que jogavam na Europa.
“É uma expectativa muito grande, de fazer uma grande campanha. O professor Fernando Marchiori vem trabalhando diariamente muito forte, o elenco conseguiu assimilar o que ele pede. Tivemos um jogo treino contra a Portuguesa que é do mesmo escalão que a gente, e conseguimos colocar em prática tudo que trabalhamos em uma semana ou duas. Meu sentimento é de felicidade, está encaixado, nos gera uma expectativa de fazer uma grande competição. E por voltar a minha casa, onde me revelou para o futebol, me gera um desejo de volta por cima, do momento que vivi no Santos. Quero provar para mim mesmo que quero jogar em alto nível”, disse o lateral esquerdo.
Na última temporada, Júnior Caiçara retornou ao Brasil após mais de dez anos no futebol europeu para a reta final dos compromissos do Santos. Assim como o Peixe, que foi rebaixado pela primeira vez na história, o lateral também não conseguiu desempenhar o futebol que imaginava, com apenas cinco partidas.
“A mesma expectativa que tenho agora foi o que aconteceu no Santos. Passei por Portugal, Bulgária, Alemanha, Turquia, conquistei títulos, fiz grandes temporadas. A expectativa criada em mim e na torcida santista era muito grande. Uma posição que era carente, os jogadores não tinham conseguido dar certo. Acabou que para mim também não correu bem. Acaba sendo uma frustração para mim, para o clube e para o torcedor. Não foi falta de trabalho, mas saí frustrado”, contou.
Treta como Marcelo
Paulista criado em São Vicente, Júnior Caiçara iniciou sua trajetória no futebol europeu logo aos 19 anos, quando se transferiu ao Gil Vivente, de Portugal. Durante sua passagem pelo Ludogorets (segundo clube onde mais jogou), o atleta teve a “sorte” de enfrentar Real Madrid e Liverpool pela Liga dos Campeões. E contra os espanhóis, quando pensava ter garantido um presente, recebeu um xingamento.
“Quando caiu esse grupo, Liverpool, Real Madrid e Basel, fomos realistas e pensávamos e aproveitar os seis jogos. Aí veio o Real Madrid, Marcelo, Cristiano Ronaldo, Casillas, Sergio Ramos, os craques. A gente no jogo em casa abriu 1 a 0 no Real Madrid, mas aí o juiz deu uma força com dois pênaltis para o Cristiano Ronaldo, ainda voltou. Aí não teve jeito, sofremos o 2 a 1, mas fizemos um grande jogo. Foi sensacional disputar essa Champions League e desempenhar bem”, relembrou.
“Antes do jogo conversei com o Marcelo para trocarmos camisa. A gente tava dando um chocolate neles, ele chegou e me xingou, mandou para a casa do chapéu: ‘depois vem me pedir camisa, vocês estão correndo, vem querer trocar que eu não vou mais’. Aí eu respondi: ‘po, Marcelo, você quer que eu dê moleza, tá no Real Madrid e eu no Ludogorets, quer que eu dê molezinha’. Aí também mandei para a casa do chapéu e não trocamos camisa, ficou por isso. Ele ficou bravo, porque realmente a gente fez um primeiro tempo que colocamos eles no bolso com todo respeito, mas é um grande clube. No segundo tempo não aguentamos”, revelou em conversa por chamada de vídeo com 365Scores diretamente da concentração do Santo André em Guararema.
Ultimato do pai e início difícil na Europa
Antes de se tornar um jogador de futebol profissional, Júnior Caiçara planejava ter uma vida de Gabriel Medina surfando nas ondas de São Vicente. Porém seus sonhos tropicais foram estraçalhados por seu pai, que quebrou sua prancha e deu um ultimato que mudou a vida do atleta.
“É uma história engraçada, quando eu era criança gostava de surfe, ainda gosto, mas desaprendi. Passei muito tempo na Europa, agora é só jogar futebol. Eu surfava quando tinha 16 anos, gostava mais de surfar que jogar futebol. Até que meu pai quebrou minha prancha. Aí eu foquei. Eu achava que ia virar no surfe, pegava umas marolinhas e achava que era o Medina. Mas graças a Deus meu pai quebrou minha prancha. Sou muito grato”, relembrou o atleta.
No início de sua trajetória no futebol europeu, o jogador encontrou dificuldades para se firmar no Gil Vicente e pensou até mesmo em voltar, com saudades de sua família. Mas uma conversa entre seu empresário e o treinador do clube na época mudou os rumos de sua trajetória.
“Foi um período muito difícil. Saí do Santo André com 19 anos. Eu e mais cinco jogadores fomos fazer um teste e selecionaram três: eu, Richard e Júnior Urso. No começo, o lateral direito deles era capitão e vi que não teria espaço. Passei dez jogos sem atuar, ligava para meu empresário pedindo para ir embora. O técnico ligou para meu empresário, e falou que queria que eu ficasse. Aí começou a acontecer para mim, ele mostrou o que queria e a oportunidade apareceu. O lateral se machucou, mas era o esquerdo e mesmo assim joguei, fui bem e me firmei. Joguei dois anos no Gil Vicente como lateral esquerdo”, explicou.
“No meu primeiro ano no Schalke foi muito bom, tive muitas oportunidades, fiz um grande campeonato. Inclusive surgiu esse interesse do Bayern. O Guardiola foi para o City e queria levar o Rafinha. Deixaram em aberto, o ano foi muito bom, fiz grandes partidas. Gerou interesse caso ele saísse. Mas ele continuou. O ano seguinte foi horrível para mim, trocou treinador, presidente, diretor, contrataram mais dois laterais, perdi espaço, fiz só dez jogos e foi onde decidi trocar os ares e fui para a Turquia”, disse Júnior Caiçara sobre o tempo no futebol alemão.
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