Scooby, Chumbo e grupo de surfistas deixam o Rio Grande do Sul após semana de resgates
Após quase uma semana de tensão enfrentando as enchentes no Rio Grande do Sul, a equipe de surfistas de ondas grandes que continha nomes como Pedro Scooby e Lucas Chumbo deixou o estado. Depois de muitos resgates com jet-skis, denúncia contra facções criminosas que dificultavam a ajuda e até a adoção de um cachorro, o grupo pegou a estrada neste sábado (11), rumo ao Rio de Janeiro.
O fim da missão na região que vem sofrendo com a tragédia se dá em meio à diminuição da demanda por resgates. Apesar disso, existe a possibilidade de retorno em caso de piora na situação. Os equipamentos, por exemplo, ficaram no Sul.
“A gente vai estar em alerta. Se precisar, a gente volta. Mas eu espero, se a gente não precisar voltar, é porque está ficando tudo bem”, disse Scooby, destacando que alguns surfistas permaneceram para prestar socorro.
Chumbo também falou, revelando que está com sentimento de dever cumprido e que a viagem pela frente duraria cerca de 25 horas: “Bem cansado dessa missão toda, realmente mexeu com a gente e deixou todo mundo com os sentimentos à flor da pele. Está todo mundo mentalmente e fisicamente cansado”.
De acordo com ele, a primeira fase era de resgates. Agora, mesmo que o problema esteja longe de terminar, o foco seria seguir com os mantimentos e arrecadação de doações para as pessoas atingidas pelas inundações.
Durante a semana, os riscos foram além das condições climáticas no Rio Grande do Sul: relatos vieram à tona sobre a atuação de facções criminosas – com facões e armas de fogo – contra os socorros. Fora tentativas de assaltos aos jet-skis, foi necessária escolta policial para a realização de salvamentos em determinados locais.
“Perguntei se tinha gente pra um cara. Tinha um bote vazio, com uma lona, sem motor. Vieram quatro, um na minha direção. Pensei ‘puts, deu merda’. Olhei para o Gordo (Felipe Cesarano) e falei ‘vamos sair agora’. Disse que o exército estava chegando e, por sorte, chegaram mesmo. Um sacou a arma e pude ver”, afirmou o surfista Will Santana.
Passado isso, já no final da passagem pelo Rio Grande do Sul, houve um momento mais descontraído. Antes de ir embora, Scooby passou em um abrigo para levar um cachorro que havia resgatado durante a semana. Em homenagem à região de Eldorado do Sul, uma das mais castigadas, seu nome virou “Eldorado”.
Alguns dos outros nomes do esporte que ajudaram nas enchentes foram Italo Ferreira, Reyzinho Duarte, Michelle des Bouillons e Iankel Noronha.
Situação no Rio Grande do Sul
Até este sábado, segundo o boletim da Defesa Civil, o estado contabiliza 136 mortes em decorrência das chuvas. Além disso, 125 pessoas estão desaparecidas e há 756 feridos.