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Sánchez comemora título da Série C e revela: “Tem gente que confia que eu posso subir um time”

“Estou muito feliz com a minha temporada”. Desta maneira, Sánchez, destaque do Volta Redonda, resume o que viveu durante o ano de 2024. O motivo? A conquista inédita da taça da Série C pelo clube e o acesso à Série B

No entanto, não é a primeira vez que ele ajuda um time a subir de divisão. Em entrevista exclusiva ao 365Scores, Sánchez revelou ser conhecido por alguns torcedores como quem pode “subir um time” devido a um acontecimento marcante de sua carreira.

“Quando saí da Portuguesa-RJ, eu fui para o Vitória. Lá, tive o acesso que foi absurdo. O jogo do acesso foi no dia do meu aniversário. A gente não teve essa regularidade do começo ao fim, assim como aqui no Volta Redonda. Eu cheguei lá, o time já estava na quarta rodada, quase em último, se não me engano, e a gente conseguiu o acesso. Foi uma coisa, assim, surreal também”, começou.

“E quando eu fui para o Volta Redonda, torcedores do Vitória publicaram na postagem do clube, acho que alguns falaram até assim ‘acesso garantido’. Alguns vieram no meu direct e falaram assim: ‘comentei que você vai subir esse time e você vai subir esse time’. Foram umas 10, 12, 15 mensagens. Cara, tem gente que realmente confia que eu posso subir um time, e eu tenho que fazer isso. Tem que provar o meu valor”, concluiu Sánchez, que demonstrou gratidão à confiança e também o sentimento de dever cumprido na conquista do Volta Redonda.

Volta Redonda comemora título da Série C – Foto: Divulgação/Volta Redonda

E por falar em conquista, o lateral recordou como foi a preparação do Voltaço para as disputas da Série C. Após um Carioca não muito bom, o objetivo da equipe se voltou à terceira divisão brasileira, não somente garantir acesso à Série B, mas também o título – o primeiro nacional.

“Foi o ano perfeito, porque eu consegui me destacar em algumas partidas. Individualmente, tive números muito bons, bem expressivos. Na Série C também ajudei o time na vitória e decidi uma partida. Nós tivemos um mês mais ou menos de preparação até o primeiro jogo da Série C e isso nos possibilitou já iniciar a competição em um nível muito bom de entrosamento, de preparação, de treinamento. Com certeza fez total diferença, porque se a gente for analisar do início ao fim, a gente não teve dificuldade na competição”, revelou ao 365Scores.

No entanto, embora não tenha passado nenhum sufoco durante as disputas, o Volta Redonda sofreu uma oscilação ao fim da primeira fase. Sánchez credita essa instabilidade devido a mudanças no elenco.

“Tivemos uma oscilação, mas que de certca forma é normal com algumas mudanças no elenco. A questão da janela de transferência, perdemos alguns jogadores, chegaram outros. Então é normal em qualquer time, quando acontecem essas mudanças, ter uma oscilação de partidas, de resultados, mas que, graças a Deus, não interferiu na nossa colocação, não interferiu na nossa condição de estar entre os oito para justamente entrar na segunda fase”, analisou o defensor.

Conquistado o acesso, o Volta Redonda ainda tinha como objetivo finalizar o ano com o título nacional. Segundo Sánchez, a equipe estava muito concentrada no que tinha que ser feito, principalmente devido à temporada anterior, em que o clube não conseguiu avançar por detalhes.

“Poucas vezes na minha vida eu vi, assim, um time tão concentrado no que tinha que ser feito para subir divisão, porque nós tivemos uma lição muito grande no ano anterior de que um gol faz diferença, dois gols fazem diferença, um jogo faz diferença, principalmente na segunda fase. A segunda fase é um outro campeonato. Nós fomos um time muito equilibrado. Isso reflete na concentração que nós tivemos durante toda a competição, no nível de treino, no nível de jogos que nós fizemos, que fez total diferença. E isso também, até a final, nós também fomos bem equilibrados, bem consistentes nos jogos das finais”.

Sánchez foi campeão da Série C pelo Volta Redonda – Foto: Vitor Alves

Para conquistar o título da Série C, o Volta Redonda teve pela frente o Athletic Club, comandado pelo técnico Roger. A equipe carioca venceu as duas partidas, sendo o jogo de ida, em casa, por 1 a 0, e o fora de casa por 2 a 0.

Sobre o título inédito, Sánchez exaltou a equipe, mas principalmente relembrou toda a sua dedicação ao longo de todos os anos.

“É sempre muito importante a gente se sentir parte de uma conquista. E quando você faz parte, se destacando, é um sabor diferente. Você se sente muito importante, você sente… ‘Cara, eu realmente fiz parte disso, eu realmente fiz diferença para isso acontecer’. Fui um dos pilares para isso acontecer. Então, isso é muito gratificante. Eu estou terminando essa temporada realizado, muito agradecido. Porque todo esforço que a gente faz diariamente nos treinos, toda abdicação, todo sacrifício que a gente faz para melhorar tecnicamente, taticamente, fisicamente. Quando se dá resultado dentro de campo, ainda mais com troféus, com classificações, com acessos. É sempre muito importante, muito gratificante para a gente, que tudo que a gente faz está dando certo. Que continue fazendo a mesma fórmula. Já dá um norte muito grande. Foi a minha temporada com mais gols, com mais assistências”, finalizou.

Comissão técnica, diretoria e jogadores do Volta Redonda – Foto: Divulgação

Outros trechos da entrevista com Sánchez, do Volta Redonda

Renovação com o Volta Redonda

O Volta Redonda é um clube que sempre cumpriu com tudo que prometeu a mim. Então é um clube que eu tenho um carinho enorme. E com certeza vai ser feito tudo da melhor forma para o clube e para mim. Jogador segue em negociação e tem chance de permanecer.

Momento mais delicado da carreira

Foi quando eu fiquei um ano sem jogar futebol, que foi logo após 2020. Eu fiz uma Série B muito boa, tive propostas boas para ir para a Ásia. Maspela questão do visto, pela questão da pandemia na época, não consegui ir para fora. Meu visto não foi aprovado, e eu fiquei 15 meses sem jogar futebol, mais de um ano até. Justamente porque quando a gente apareceu as coisas no Brasil, eu não aceitei porque a proposta de fora era muito boa. Foi um momento muito difícil, porque imagina, você não tá machucado, você não tem nenhum problema físico. Você só escolheu um caminho que não deu certo e agora você tem que esperar até a próxima oportunidade. E ficar 15 meses sem jogar, eu tive que me reinventar praticamente. Foi um momento que eu tive que olhar para dentro de mim mesmo e saber o que eu queria da minha vida.

Volta por cima

Consegui pensar em ‘cara, eu acho que eu tenho uma oportunidade grande agora de crescer interiormente, crescer espiritualmente, fisicamente. É tanto que foi um ano que eu busquei treinar várias coisas até crossfit, triatlo, corrida de rua’. Tive que fazer muita coisa, porque você acordar todo um atleta, que eu já era acostumado a treinar todo dia. Você perde a sua rotina, você tem que criar, colocar alguma coisa para suprir. O futebol não tinha como, porque ainda estava na pandemia, nem tudo estava liberado. Então, eu me reinventei, busquei melhorar fisicamente alguns aspectos. E por incrível que pareça, quando eu voltei a jogar, que foi a oportunidade que a Portuguesa do Rio me ofereceu, eu voltei com o melhor percentual de gordura que eu tive na minha vida, após 15 meses. Eu agradeço demais a Portuguesa até hoje.

Portuguesa-RJ e gol no Flamengo

Quando eu cheguei na Portuguesa, cheguei muito bem fisicamente. Cheguei com uma outra cabeça, com outra mentalidade. Já cheguei estreando contra o Flamengo, fiz gol no Flamengo. Tive partidar muito boas de destaque e pude ver que eu tenho muita força de recuperação. Quando eu fiz o gol, na hora que eu cabecei, que eu vi que a bola balançou a rede, foi um misto, porque ao passo que a gente estava perdendo de 2×0, foi assim, como se fosse um final para mim mesmo. Foi tipo assim, ‘cara, tu tá de volta. Fica feliz e continua, toma esse presente aqui para você. Toma esse presente pela sua luta, pela sua dedicação, para você não ter largado de si mesmo, largado o Sánchez, que tem esse sonho de ter sucesso no futebol. Toma esse presente aqui’. Quando eu fiz o gol, já veio isso na minha cabeça rápido.

Planos para o futuro

Eu gosto de todas essas coisas que agregam o futebol, que vêm junto com o futebol. Até ficar longe da família, eu sinto como se fosse uma coisa boa também, por causa do futebol. Agora, eu não penso em ser treinador, eu não penso em ser dirigente, eu não penso em nada disso, porque eu não me vejo de nenhuma forma participando do futebol sem ser dentro de campo, jogando bola.

Sánchez no Volta Redonda em 2024

  • 32 jogos disputados, sendo 18 pela Série C
  • 2 gols marcados no Brasileirão Série C
  • Campeão da Série C

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Nathalia Gomes

Formada em Jornalismo desde 2016, sou uma gaúcha no Rio que tem forte ligação com tênis e futebol desde pequenininha. Também acompanho de perto a vida e rotina de Gabriel Medina! Ah! Além de jornalista, também sou a mamãe do Joca :)

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