Renato Gaúcho afirma que gramado sintético é o “pior veneno”: “A conta vai chegar”
Um dos temas mais polêmicos do futebol atual, o gramado sintético voltou a ser palco para discussões após a partida entre Corinthians e Grêmio, na ida da Copa do Brasil, na noite de quarta-feira.
Visando o confronto contra o Athletico-PR, o técnico Renato Gaúcho deu uma declaração forte sobre a grama artifical.
“É mais um jogo, decisão no Brasileirão, pouco tempo para recuperar jogador e grama sintética. O pior veneno para jogador é a grama sintética, joguei e posso falar de boca cheia. Pior veneno é a grama sintética. Até peço para muitos clubes que estão pensando em colocar grama sintética, os jogadores precisam se unir, eles jogando na sintética a conta vai chegar para eles. É uma grama que para torcer o tornozelo, joelho e ter lesão séria é fatal. As pessoas falam em colocar grama sintética, eu falo para os meus jogadores: “Vocês precisam se unir, precisam abrir a boca e dar opiniões, que não gostam, porque grama sintética é terrível para o jogador de futebol”, começou
“Mas não sou que mando nos clubes. São os jogadores é que entram em campo. Daqui a pouco, vai comprar jogador de 20 milhões de euro, 15 milhões de euros, vai jogar na grama sintética, sofre lesão e fica um ano parado. Jogadores têm que cobrar grama boa para jogar, mas grama sintética jamais”, completou.
No futebol brasileiro, Botafogo, Palmeiras e Athletico-PR têm gramado sintético em seus estádios. São raros os campos com grama natural em boas condições. Por exemplo, a partida entre o Grêmio e Vasco, na Arena Condá, no último fim de semana, atraiu a atenção devido à má condição do gramado.
O confronto válido pela 20ª rodada do Brasileirão, inclusive, teve o menor tempo de bola rolando da rodada: foi menos que um tempo completo de jogo.
Além de Renato, Alfredo Sampaio, ex-treinador do Vasco, também reprova o uso de gramado sintético no futebol brasileiro. Entrevistado do Basticast em março, o comandante aumentou o coro pela abolição do gramado sintético no futebol brasileiro. Para ele, a chance de um jogador se lesionar é muito maior em uma campo artificial.
“O Messi tem uma cláusula no contrato dele que proíbe ele de jogar no sintético. O que incomoda aqui no Brasil é que o gramado sintético serviu como ajuda de custo. Os caras querem grama sintética pra fazer show, não pra ter um futebol melhor. Se fosse bom, a Europa jogava com ele – e ninguém joga. Só a liga holandesa que vai voltar agora. Todas as principais ligas é proibido o sintético”, iniciou.
Diferentemente das opiniões de Renato e Alfredo Sampaio, médicos já afirmaram que o gramado sintético não tem comprovação que faz mal ao jogador. Em entrevista ao Basticast, em março, Alexandre Campello, ex-presidente do Vasco e médico ortopedista, afirmou que não há nada que comprove o malefício ao atleta.