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Paulão relembra Grenal, exalta Fábio e fala de título pelo Cruzeiro: “Campanha histórica”

Por Eduardo Statuti e Nathan Carvalho

Após uma temporada de altos e baixos, Paulão terminou o ano festejando o acesso do Paysandu à Série B do Campeonato Brasileiro. Em entrevista exclusiva ao 365Scores, o zagueiro falou sobre a campanha do Papão na Série C, a lesão no joelho e relembrou capítulos de sua carreira.

A palavra que define a temporada é vitória. A gente sabe que soa estranho por conta da lesão, a cirurgia do cruzado com o menisco, mas acho que isso é um obstáculo. De repente eu teria que passar por isso para aprender alguma coisa, algumas lições, e provar que, mesmo com 37 anos, depois de uma lesão, a vida continua e a gente consegue estar atuando em alta performance”, analisou.

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“Eu vejo como vitoriosa (a temporada), o objetivo do clube a gente conseguiu, que era o acesso. Mesmo na parte final, apesar de termos oscilado, conseguimos o acesso. Dentro de tudo, num parâmetro maior e geral, o acesso é visto como um título e vitória sempre”, disse Paulão.

Após sofrer uma lesão grave no joelho, em agosto deste ano, o zagueiro não pôde mais ajudar seus companheiros dentro de campo como fez na primeira fase da Série C. Ele chegou à equipe em maio e foi peça importante na campanha. Ao 365Scores, Paulão falou sobre a situação e como lidou com ela.

“É uma situação nova, nunca tinha acontecido de eu ter que ajudar bastante meus companheiros pelo lado de fora. Você ter que trabalhar a sua mente e ajudar a trabalhar a dos seus colegas é um pouco mais difícil. Foi coisa nova para mim, mas aprendi que posso ser importante não só jogando, mas ajudando meus companheiros com palavras. São situações que eu nunca tinha vivido, mas consegui lidar bem, blindando minha mente para não sofrer tanto, já que são 37 anos e nunca passei por um momento tão delicado quanto esse”, revelou o defensor.

Histórias pelo Cruzeiro

Além de seu momento atual, Paulão ainda relembrou sua passagem pelo Cruzeiro, clube pelo qual conquistou o título do Campeonato Brasileiro em 2013. Ele também exaltou o papel de Fábio, líder da equipe na época e ídolo dos cruzeirenses.

“Campanha histórica. Não começamos o ano tão bem, mas vencemos o Brasileirão e garantimos vaga na Libertadores do ano seguinte. Tudo foi tão rápido e tão bom. Ano ótimo, que gerou frutos para os jogadores daquele time e que atuaram em outros grandes clubes, como por exemplo Egídio, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. Foi um título muito importante para a carreira de todos que fizeram parte daquela campanha”, disse.

“No jogo do título, contra o Vitória, entramos apreensivos, já que poderíamos ganhar e ser campeões, ou perder e jogar a partida seguinte diante de nossa torcida, podendo levantar o troféu em casa. Iniciamos o jogo com uma tensão externa diferente, foi marcante por isso, por uma pressão de vitória. Mas estávamos confiantes. O elenco conversou, sabia que o título viria fora de casa e quando a gente voltasse para Minas seria só festa”, relembrou Paulão.

“Fábio é um exemplo. Ele tem história no Cruzeiro, representa o Cruzeiro. Ele sabe o tamanho dele e mesmo assim é muito humilde. Ele nunca impôs um limite com o elenco e também nunca teve uma postura de “eu estou aqui há muito tempo”. Sempre tratou as pessoas com muita humildade, tem que tirar o chapéu para ele. Só histórias positivas. Ver o Fábio sendo campeão da Libertadores é ótimo, aos 43 anos entregando um bom futebol. Não é a idade que te deixa estagnado ou diminui sua qualidade, depende muito se você se esforça e quer continuar em alto nível”, exaltou o zagueiro.

Veja mais temas da entrevista de Paulão:

Título gaúcho em Grenal

“Eu, como poucos jogadores, tive a sorte de jogar GreNal pelas duas equipes. É uma sensação diferente, um novo campeonato. É uma emoção diferente, um tratado diferente, e o pós jogo é outro, seja com vitória ou derrota. Os dois clubes são maravilhosos, trabalhar no Sul é ótimo. Agradeço por ter sido jogador das duas equipes”

Foto: Reprodução Instagram

Comemoração com o Paysandu

“O torcedor do Paysandu, e de Belém no geral, é muito fervoroso e ativo. Tanto na vitória, quanto na dificuldade, cobrando resultados melhores. No nosso caso, a torcida encheu o estádio, tinha torcedor do Paysandu em tudo quanto era lugar. Nos jogos dentro de casa, no mata-mata, colocamos quase 70 mil em dois jogos, no Mangueirão. A torcida é apaixonada”

Situação da recuperação da lesão

“Ainda não tenho prazo para voltar. É uma lesão complicada, preciso de tempo para recuperar minha força, estou acompanhado da fisioterapia. Agradeço muito ao Paysandu e ao departamento médico do clube pela força que me deram enquanto eu estava lá. Agora que estou de férias, agradecer também aos meus fisioterapeutas particulares. Estou sentindo uma evolução diária, com mais confiança no andar”

Carinho por seus ex-clubes

“Tenho um carinho muito grande pelo Fortaleza e pelo Inter, onde tive meu maior tempo como jogador. Pelo Grêmio, que apesar de ser rival, foi o clube que me abriu as portas no Sul do país. Obviamente o Cruzeiro, onde consegui ser campeão brasileiro. Mas como eu disse, tenho um carinho enorme pelo Fortaleza, tenho amigos lá até hoje, além da ótima relação com a diretoria. Espero também que o carinho e respeito pelo Paysandu continue e aumente cada vez mais”

Atacantes mais chatos que já viu dentro de campo

“Dentro do próprio elenco, o Borges era muito difícil de marcar, muito complicado. Rafael Moura, um cara muito competitivo, além dele utilizar muito o corpo, gosta de confronto corporal, difícil marcar ele. Os velocistas também são difíceis, jogadores rápidos. Luís Fabiano nem se fala. Sempre me respeitou muito e eu sempre o respeitei. Nem preciso falar dele, história na seleção, no São Paulo, um jogador muito grande. Guerrero é um cara muito chato, jogar contra ele é complicado, ele tem muita técnica. Foi um dos atacantes mais difíceis que já enfrentei”

Jogar em São Januário

“É um caldeirão, a atmosfera é inexplicável. A torcida não merece os momentos ruins, ocasionados por inúmeras situações passadas e que são demonstradas hoje. O Vasco tem seu próprio sentimento, o sentimento do Vasco é o Vasco”

“Jogar em São Januário tem um aspecto diferente, o time consegue se reerguer lá dentro, tanto que o elenco atual conseguiu melhorar seu rendimento ao lado do torcedor, já que antes estavam sem público. Dentro do vestiário você já consegue ouvir a torcida. Foi uma experiência muito boa”

Foto: Reprodução/ Instagram

Passagem pela China

“Quando fui para o futebol chinês, foi o momento em que a China era tão falada quanto o futebol árabe atualmente. Conheci o país culturalmente, joguei contra jogadores que só eu só assistia pela televisão. Foi um momento da minha vida que ficou marcado pela possibilidade de estar em outro país, tenho um carinho muito grande, histórias e momentos muito bons dentro e fora de campo. Atuar em jogos contra atletas que vieram da Premier League me deu uma maturidade muito grande dentro da minha profissão”

“Quando cheguei na China, o clube disponibilizou tradutores e motoristas para mim e minha família. Obviamente jogar lá é um pouco diferente, histórias mais complicadas são as do dia a dia, sem entender mandarim, passei por isso muitas vezes, sem entender o que me respondiam. Hoje eu já não sei mais nada da língua”

“No futebol era mais fácil, é uma língua universal. O jogo é muito intuitivo, o elenco se conhecia, sabia se seu companheiro preferia uma bola em profundidade ou no pé. A instrução a gente não entendia tudo, mas também tinha tradutor. Dentro de campo tinha muita mímica e inglês”

Planejamento de carreira

“Ainda não planejo aposentadoria. Meu pensamento é de que se meu corpo ainda me permite, eu vou continuar, eu vivo e amo muito o futebol. Mas obviamente vai chegar um momento em que isso vai acontecer, então eu penso em aprender mais o dia a dia do clube, e consegui fazer isso nos últimos times que defendi”

“Ainda não sei o direcionamento, mas pode ser executivo, empresarial… preciso sentar e resolver, mas uma coisa que une tudo é a gestão. É o centro de todas as áreas, a gestão de pessoas, e é algo que quero estudar e crescer dentro disso, gerindo grupos. Depois de estudar eu decido o direcionamento que vou levar”

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