Lisca relembra embates com Sampaoli e pede Ganso na seleção brasileira: “Ele faz a engrenagem funcionar”
Por Eduardo Statuti e Nathalia Gomes
Grande personagem do futebol brasileiro, Lisca está no livre no mercado meses depois de deixar o comando do Vila Nova. Em entrevista exclusiva ao 365Scores, o treinador relembrou os seus embates com Sampaoli no tempo em que o argentino comandava o Atlético-MG e pediu Paulo Henrique Ganso na Seleção.
“Eu sou fã dele, pelo jogo, a maneira que propõe o jogo. A variedade tática. Ele me chamou na pandemia para um amistoso. Eles ganharam de 3 a 2 com um pênalti duvidoso. Ele veio falar comigo que gostava de como o América jogava. No Mineiro, empatamos duas vezes e perdemos uma. E todo segundo tempo eu ganhava dele. O auxiliar dele veio falar que gostava do trabalho. Teve um jogo que perdemos o primeiro tempo de 1 a 0. Eu tirei o centroavante e coloquei um lateral para equilibrar o meio. Crescemos, empatamos e quase viramos”, relembrou.
“Acho que no Flamengo não deu certo (o trabalho do Sampaoli) pela característica dos jogadores. Para fazer um jogo de posição, precisa que os jogadores se adaptem. Os jogadores do Flamengo estão acostumados com um jogo funcional implantado pelo Jorge Jesus que deu muito certo. Não é fácil trocar a filosofia. Talvez ele ficou preso no conceito e não favoreceu os jogadores. É um mérito dos treinadores extrair o máximo do jogador”, analisou Lisca.
“Uma situação semelhante é o Diniz, a diferença entre a Seleção e o Fluminense. O tempo de trabalho pesa muito. É um jogo organizado com muita troca de função, concentrado de um lado do campo. No Brasil, os jogadores da Seleção são condutores, gostam de distância, de decisão. Vai demorar um pouquinho e talvez não consiga fazer o que faz no Fluminense. Se eu sou ele, chamo o Nino, talvez o Samuel Xavier e o Ganso. Na maneira de jogo, é totalmente diferente. Enfrentei o Ganso quando comandava o Santos, foi uma das maiores atuações que vi de inteligência, qualidade técnica, antecipação das ações. Ele faz a engrenagem funcionar no jogo mais curto, sem aceleração”, exaltou o comandante.
Além disso, o treinador também se mostrou favorável a vinda de treinadores estrangeiros para o futebol brasileiro, mas ponderou que eles deveriam enfrentar as mesmas condições de trabalho que os nascidos no Brasil.
“Eu gosto, instiga a gente a crescer, traz novos conhecimentos para cá. A globalização do mercado atua em todas as áreas e o futebol não ia sair disso. Aqui o salário é bom, temos boa estrutura para trabalhar. As pessoas de bom conteúdo vão querer trabalhar aqui. Mas não pode rotular os técnicos brasileiros dizendo que são ultrapassados, não tem estudo, conhecimento. Tem muita gente que estuda, uma geração boa. A geração antiga também”, afirmou Lisca.
“Discordo um pouco a relação dos estrangeiros com os clubes. Eles vem com uma comissão bem grande, tempo de contrato grande e forma de pagamento. Se há rompimento, geralmente tem que pagar o contrato integral. E com os brasileiros não acontece isso, costuma ser uma multa de alguns salários. Nós também temos que ir para fora. As licenças estão sendo equiparadas. O PC Gusmão e o Turra tiveram dificuldade em Portugal porque o curso da CBF não é equiparado ao da Uefa”, concluiu.
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