Klopp e Xavi de saída: a importância do auxílio mental no futebol
No fim de janeiro, o mundo do futebol recebeu duas notícias impactantes: as saídas de Xavi do Barcelona, e principalmente, de Jürgen Klopp do Liverpool ao fim da temporada. No caso do comandante dos Reds, o alemão afirmou estar ‘ficando sem energia’ ao justificar decisão de deixar a equipe.
“Não foi ideia minha quando assinei um novo contrato. Na época estava convencido de que iria até 2026. Julguei mal. Achei que minha energia era infinita, mas não é”, afirmou Klopp sobre ter renovado seu contrato anteriormente até 2026.
Em entrevista exclusiva ao 365Scores, o auxiliar mental da equipe técnica do técnico Lisca, Rafael Cirne, comentou um pouco sobre o processo de retirada de jogadores, principalmente os que estão em alto nível há muito tempo, como o caso do técnico do Liverpool.
“Um patamar onde a gente acha que não atinge o atleta. Alguns que estão em nível intermediário, nós imaginamos. Mas uma pessoa que atingiu o máximo de uma carreira, vir e falar que não dá mais. Vemos que tem uma desconexão do propósito com o humano”, analisa Rafael Cirne.
Papel do auxiliar mental
Área muito importante no futebol recentemente, o lado psicológico dos jogadores de futebol tem sido tema frequente nas discussões sobre os bastidores do esporte. Em conversa com o 365Scores, o profissional explicou um pouco mais sobre sua função nos clubes.
“A valência mental é trabalhada com as outras: tática, técnica, física e mental. Essas quatro valências são introduzidas ao esporte. Mas essa parte mental tem sido trabalhada empiricamente, mais pelas condições humanas dos treinadores do que técnica e profissional. Mas chegamos em um nível de alto rendimento que se não trabalha essa valência cedo e com competência, tu acaba ficando para trás”, explica Rafael Cirne.
“As dificuldades são gerais, a psicologia ainda tem um tabu com as pessoas. Se você precisa de um tratamento mental, é visto como uma deficiência. Tem muito preconceito. Não é só jogador, é instituição, as pessoas que trabalham em volta. Essa é uma primeira barreira que tem que ser quebrada. Quando trabalhamos com o atleta, aprimoramos, treinamos e criamos habilidades de focalização mental. Passa pela parte emocional, mas é bem objetiva. O primeiro passo é traduzir o que faço e tirar o peso da palavra mental”, afirma.
“A primeira dificuldade é essa relação direta e tirar os tabus. O segundo é trazer esse atleta, na parte pessoal. Atletas tem camadas de gente em volta. Até ele conseguir estar presente contigo, leva tempo. Nessa vida do futebol, se tu fica três semanas no clube, você não fica no atleta. Até chegar nele leva um mês. Faço trabalho de grupo, mas para ter mais resultado, temos que chegar individualmente”, complementa o profissional.
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