Iniesta, sobre documentário da sua vida: “Tive bons momentos e outros não tão bons”
Desde 2018 no Vissel Kobe, do Japão, Iniesta tem se preparado para voltar à rotina depois que a pandemia de Covid-19 chegar ao fim. Curiosamente, ele estava – e ainda está – de quarentena em casa quando o documentário “O Herói Inesperado” (“The Unexpected Hero”, no original) estreou no espanhol Rakuten TV, serviço de streaming de vídeos sob demanda.
E foi numa live para o canal do Barcelona no YouTube que o meia falou não apenas de sua vitoriosa passagem pelo clube catalão, mas também de Andrés Iniesta Luján, o principal aspecto abordado no filme, incluindo sua vida pessoal e a depressão que teve em 2009. Confira os melhores momentos do bate-papo para as câmeras de seu ex-clube.
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“O Herói Inesperado”
“Foi um projeto que me deixou muito animado, e participei de tudo o que foi permitido. Quero parabenizar a equipe, porque eles fizeram um trabalho incrível. Trabalhamos no documentário durante pouco mais de um ano, num ambiente muito natural, então minha família e eu pudemos mostrar como somos. Muitas pessoas que eu amo e foram importantes na minha vida participaram, e todas me comoveram. O que elas disseram me deixa orgulhoso. Fiquei surpreso com coisas que não conhecia. Estou encantado.”
“Tive bons momentos e outros não tão bons na vida. No documentário, tentei passar o que senti em cada um desses momentos. Não foi difícil me abrir, porque tento fazer tudo naturalmente. Contei a minha história, a minha experiência e como eu as vivi.”
O Barcelona e o futebol
“Mantenho contato com meus colegas. Em qualquer situação, inclusive a que vivemos agora, conversamos e contamos como estão as coisas. Estou acompanhando, na medida do possível, as notícias esportivas do Barcelona, porque tento estar atualizado com tudo, mas não tenho mais todo esse foco, porque é difícil acompanhar 100%. Nesta temporada, o time estava aparentemente bem, mas sempre vejo o Barça como um time diferente, como um esquadrão espetacular. A última temporada (2017-2018) no Barcelona me ensinou muitas coisas, mas ter a oportunidade de jogar uma única temporada no clube já é incrível.”
“Meu melhor momento como jogador do Barcelona foi a minha estreia (no dia 29 de outubro de 2002, na vitória por 1 a 0 sobre o Brugge, pela Liga dos Campeões. Riquelme fez o gol único contra o time belga). Eu poderia dizer qualquer outro, mas naquele dia realizei um sonho que tinha desde os 12 anos (quando chegou ao clube). E tudo começou a partir daí. O Masia (centro de treinamentos do clube catalão) tem um significado muito grande para mim. Lá eu aprendi a crescer e amadureci a força, mas também aprendi solidariedade, humildade, companheirismo e respeito, valores que adoro e não quero perder.”
“Consigo pensar na aposentadoria, mas, sendo honesto, vejo isso um pouco distante. Sinto-me muito bem fisicamente e com motivação. Estou feliz jogando e com força para continuar.”
A vida no Japão
“Estamos em casa, seguindo as instruções das autoridades de saúde e esperando voltar à rotina. Enquanto isso, precisamos nos reinventar e aproveitar o tempo que às vezes não temos com a família. Encontramos uma cidade muito tranquila e confortável em Kobe, estruturalmente semelhante a Barcelona e que nos recebeu muito bem. Embora obviamente tenhamos saudades de estar em casa, estamos muito satisfeitos como família e profissionalmente”.