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Ex-Flamengo, Gustavo Mueller fala sobre ida ao futebol árabe, Al Nasr e seleção emiradense ao 365Scores

No futebol árabe desde 2020, o zagueiro Gustavo Mueller, de 24 anos, deu um passo importante na sua carreira. Após acertar sua ida ao Al Nasr, de Dubai, na última temporada, e ser destaque do campeonato local, o jogador conseguiu a cidadania emiradense.

Em entrevista ao 365Scores, o zagueiro comemorou a naturalização e se mostrou animado com a possibilidade de defender a equipe nacional. Além disso, reforçou que era seu desejo desde sua transferência ao futebol árabe.

Desta forma, Gustavo se torna opção para as futuras convocações de Paulo Bento, treinador da seleção dos Emirados Árabes. A conquista, que foi oficializada no meio de agosto, era um dos sonhos do jovem catarinense.

“Era um dos objetivos lá em 2020, quando saí do Flamengo. Eu tive a oportunidade de vir para cá, para os Emirados Árabes, na equipe do Sharjah, com a ideia de ficar bastante tempo por aqui, adquirir a cidadania e participar da seleção, se assim for a vontade deles”, começou.

“Fiz três anos bons no Sharjah e, desde a última temporada, estou no Al Nasr, muito bem adaptado ao país. Fui muito bem recebido, tive boas temporadas com quatro títulos. É um sonho que tá sendo realizado. Agora é seguir trabalhando para realizar o sonho de jogar na seleção dos Emirados Árabes”, completou.

Mas e como seria enfrentar a seleção brasileira? Mesmo com o coração dividido, Guga ressaltou que seria um privilégio entrar em campo contra a equipe canarinha. Ainda projetou um possível encontro nas Copas do Mundo de 2026 e 2030.

“Ah, seria um sonho, seria um privilégio, né? Quem sabe uma Copa do Mundo 2026,  o Sinal 2030 também,  mas seria a realização de um sonho, com certeza. O coração é brasileiro, mas depois que tá dentro de campo, a gente defende nossas cores”.

Embora esteja bem adaptado ao futebol árabe, Gustavo Mueller não esconde o desejo de retornar ao Brasil e atuar no futebol brasileiro. O zagueiro acumula passagens pela base do Flamengo e também pelo Ituano antes da transferência ao Sharjah.

“Essa porta sempre está aberta. Eu não cheguei a jogar muito no profissional. Eu fiz uma partida pelo Ituano quando tinha 17, 18 anos, antes de me transferir ao Flamengo. No Flamengo, tive cinco oportunidades, mas não cheguei a entrar, fiquei no banco no Carioca. Pela questão de falta de espaço foi um dos motivos pelo qual saí do país”, iniciou.

“Mas quero sim voltar a jogar no Brasil,  ter essa experiência no profissional, mas Deus sabe de todas as coisas, do tempo, de tudo, então a gente vai ver pra frente, passo a passo, o que a gente vai fazer”, ressaltou.

O Al Nasr se prepara para entrar em campo nesta quinta-feira contra o Baniyas, pela segunda rodada do Campeonato Emiradense. Na próxima semana, a equipe tem o desafio contra o Al Urooba pela League Cup, valendo vaga na próxima fase. Ambos os duelos são em casa.

“É o segundo jogo da liga agora. A nossa equipe está bem encaminhada, a gente fez uma boa temporada no passado, manteve o treinador, teve alguns acréscimos dos jogadores também. Agente está bem, a gente ganhou o primeiro jogo de 5 a 1, a equipe está bem organizada. Creio que a gente vai fazer mais um grande jogo, sair com mais três pontos pra começar bem essa temporada, ex se Deus quiser, conseguir ganhar um título”.

“Na semana que vem, temos o jogo de volta da Copa. Empatamos o primeiro jogo, porém agora organizamos os próximos detalhes com o treinador para fazer um bom jogo e passar de fase para ser campeão no final”.

Outros temas da entrevista exclusiva com Gustavo Mueller

Ida ao futebol árabe

Eu sabia da dificuldade que seria enfrentar o profissional |(do Flamengo) nesse momento (em 2019), da qualidade grande de atletas que tinha lá no profissional. Sempre foi um sonho meu jogar fora do país também, então eu já tava decidido que eu queria sair, apareceu a oportunidade, e dá pra falar que eu abracei. Sou muito feliz pelo passo que eu dei,as coisas estão caminhando, tanto que agora recebi a cidadania do passaporte daqui e agora estamos em busca de participar na seleção.

Escolha pelo Sharjah

Quando falaram pela primeira vez do interesse do clube, a gente ficou meio balançado. Eu tinha 19 anos e estava bem no Flamengo. Tive umas procuras da Europa também, mas a oferta aqui foi boa, tanto em questões financeiras, mas também futebolísticas. Eu ia ter minutos de jogo no profissional e pela minha idade seria muito difícil em outro lugar.

Adaptação ao futebol árabe

Então, o que eu mais senti assim que eu cheguei foi o clima. Quase todos os dias passa de 50ºC. A temperatura e a umidade são altas. Eu estava acostumado com o futebol, principalmente no Flamengo, que trabalhava com muita pressão no adversário, marcando alto o jogo todo. Aqui é impossível de fazer isso por causa da temperatura, se faz uma, duas pressões em dez minutos, você cansa, não adianta. A questão da língua e da cultura também foram coisas que custaram no início.

Carreira nos Emirados Árabes

Consegui fazer boas partidas, ter destaque, ser campeão. Na última temporada, eu fiquei na seleção do campeonato, isso foi uma das portas que me abriu para receber o passaporte daqui e continuar sendo um dos destaques daqui. 

Carinho pelo Flamengo

O Flamengo tenho um carinho especial no meu coração. Foi um clube que ajudou muito na minha construção como atleta, como pessoa, foram dois grandes anos em que tive muitas conquistas profissionais também, porque a gente ganhou todos os campeonatos de categoria de base, tanto Brasileiro, Carioca, Supercopa, tudo que a gente participou. Também porque me deu a oportunidade de sair, de fazer uma boa carreira aqui fora.

Futebol brasileiro x futebol árabe

A principal diferença eu acredito que seja no estilo de jogo. Aqui é um pouquinho mais técnico, menos físico. Como aqui é muito calor, não dá pra manter a mesma intensidade nos 90 minutos de jogo. Atualmente aqui é muito mais tático e técnico, no Brasil é um pouco mais de força, é muita intensidade também. No Brasil tem muito mais jogos, joga de três a quatro dias, aqui consegue ter um intervalo um pouquinho maior e menos viagens também, que o país é menor.

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Nathalia Gomes

Formada em Jornalismo desde 2016, sou uma gaúcha no Rio que tem forte ligação com tênis e futebol desde pequenininha. Também acompanho de perto a vida e rotina de Gabriel Medina! Ah! Além de jornalista, também sou a mamãe do Joca :)

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