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Fanático pelo Botafogo, João Pedro Iunes fala sua história com o time

A partida diante do Palmeiras nesta quarta-feira (13) pelas oitavas de final da Libertadores vem despertando a ansiedade em um número significativo de botafoguenses. Afinal, depois de sete anos, o Botafogo volta a disputar o mata-mata da competição internacional, além de ser líder do Campeonato Brasileiro com 43 pontos.

Para os torcedores alvinegros, a partida tem uma importância enorme tendo em vista que o adversário sempre está brigando por títulos. O estudante de Jornalismo João Pedro Iunes marca presença em todos os jogos do Glorioso, seja no Rio de Janeiro ou em qualquer outro lugar.

Em um bate-papo com João Pedro Iunes, o 365Scores conseguiu saber um pouco mais da história entre o torcedor e sua paixão pelo Botafogo.

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Tudo começou no dia 12 de agosto, exatamente no dia do aniversário do Botafogo. No entanto, sua história começa bem antes de seu nascimento. Isso porque seus pais se conheceram em uma partida do clube carioca no Maracanã no ano de 1989.

“Eu nasci por causa do Botafogo. Meus pais se conheceram no jogo do Botafogo no Maracanã em 89. E eu nasci no dia do aniversário do Botafogo”, iniciou.

“Como eu disse antes, meus pais se conheceram no jogo desde criancinha, desde bebê mesmo. Mas quando fui ficando mais velho, meus pais foram se afastando um pouco mais disso, de ir para estádios e tudo mais. Eu continuei indo, comecei a criar novas amizades, novos laços e tudo mais. Eu viajo aos jogos, já fui ao Peru, já fui contra o Olimpia no Paraguai, no Uruguai. Ou seja, viajo no Brasil todo. Então para mim o Botafogo é a coisa mais importante”, afirmou.

Visando já o confronto diante do Palmeiras pelas oitavas da Libertadores, João Pedro revelou que o jogo mais marcante de sua vida foi exatamente nas oitavas de final da competição internacional em 2017, quando foi para Montevidéu, no Uruguai, com seu pai.

“O jogo mais marcante, para mim é difícil falar, mas foi em Montevidéu. Fiquei uma semana inteira com meu pai e foi uma experiência muito boa, muito boa mesmo. Primeira vez que eu estava vendo o Botafogo nas oitavas da Libertadores e tudo mais. Foi uma experiência incrível, muito marcante para mim”, afirmou.

João Pedro Iunes, Botafogo
Foto: Arquivo Pessoal

Além disso, ressaltou que o duelo contra o Olimpia também ficou marcado em sua memória: “E contra o Olimpia também, que eu fui no voo fretado do Botafogo com os jogadores. A gente se classificou lá, fiquei no hotel do time. A volta foi maravilhosa, voltando com todos os jogadores comemorando, todos felizes. Acredito que o Gatito pegou três pênaltis”.

Já para a partida desta quarta-feira (14), o alvinegro revelou que irá tanto no jogo de ida quanto no jogo de volta. Contudo, seu único medo é não conseguir o ingresso para a partida de volta, que será realizada em São Paulo, no Allianz Parque.

“Eu já comprei a passagem contra o Palmeiras, meu medo é não conseguir ingresso, mas vou tentar dar
um jeito de qualquer forma possível. Em um minuto deve esgotar. Ano passado eu não consegui contra o Palmeiras (pelo Brasileirão), porque eles abriram no horário que não falaram que ia abrir, aí quando eu acordei eu tinha esgotado, aí eu não consegui ir contra o Palmeiras, mas esse ano, se Deus quiser, eu consigo”, disse.

Foto: Arquivo Pessoal

Confira outros trechos da entrevista de João Pedro Iunes

Como você define hoje o Botafogo?

“O Botafogo hoje é um time mais competitivo, mas que a gente viveu vários momentos de dificuldade vivemos. Hoje o Botafogo vai ganhar título em breve, isso eu não tenho a menor dúvida. Para mim, o Botafogo é tudo. Mas o Botafogo em si é uma instituição gigantesca. É a maior do Brasil, a maior do mundo e a mais importante também”.

O que moveu essa loucura de ir em todos os jogos do Botafogo?

“Eu não considero uma loucura, eu considero… Imagina alguma coisa que você gosta muito, você gosta tanto que você quer sempre estar do lado. Então o Botafogo é isso para mim. Eu vejo o Botafogo dessa forma de estar sempre ajudando e apoiando em qualquer lugar. Para mim é a coisa mais importante do mundo, com certeza.

Como que fica a vida social, os compromissos, a família?

“Então, meus compromissos eles variam muito. Esse ano, no aniversário da minha mãe, eu pedi para ela fazer um pouco mais cedo para poder ir no jogo depois. Foi no dia 26 e eu falei ‘pô mãe, consegue fazer um pouco mais cedo porque tem jogo do Botafogo’. Ano passado, no meu aniversário, minha comemoração, como é no dia do aniversário do Botafogo, o clube teve um jogo no dia e eu fiz um churrasco do lado de fora do Engenhão com meus amigos até a partida começar. Minha comemoração foi o jogo do Botafogo. Fiz um churrasco lá fora com meus amigos, até quem não era Botafogo. Minha vida é voltada para isso.”

Já passou por algum perrengue?

“Ah, então, é… Nesse jogo que eu falei contra o Olimpia. Quando acabou o jogo, umas crianças entraram dentro do campo com sacos, a gente ficou aplaudindo e tudo mais, a gente não era criança, a gente foi brincar. Começaram a tacar pedra na gente, abriu até o supercílio de uma mulher, que estava lá
na arquibancada. Entrou uma criança, roubou, os policiais falaram que nada, viram.”

“E teve outros dois clássicos, foi o Botafogo x Flamengo, um foi aquele caso que não teve polícia, que acabou morrendo um torcedor botafoguense pelo espeto. Esse dia, eu só lembro que eu estava na parte da Leste, aí eu olho para o lado direito, eu vejo descendo muita gente correndo, da linha do trem, que era da Torcida Jovem do Flamengo. Eu só saí correndo, entrei no estádio, aí começaram a tentar invadir o nosso lado. Duas horas depois do jogo ainda dentro do estádio, pediram para o meu pai me buscar porque era o mais novo.”

“E teve um outro também, que foi o Botafogo x Flamengo, aquele do cheirinho do Luis Fernando. Esse jogo foi meio bizarro, porque nenhum torcedor alvinegro que eu conhecia foi. Eu fui sozinho para o jogo. Na época, o João Paulo tinha quebrado a perna, e na tela de bloqueio de celular, estava ele. Eu estava sem camisa e tudo mais. Só que uns três caras da Raça viram, aí começaram a vir para cima de mim, me
juntaram, me deram uma mão, começaram a me chutar no chão. Eu comecei a tremer, chorar. Eu acordei cheio de hematoma, inclusive. Duas mulheres que eu não conhecia, flamenguistas, chegaram lá e me ajudaram a sair, entraram na frente. Pô, eu tava desesperado, um carro de polícia do lado, que não
fez nada. Foi desesperador”.

Focando na temporada atual, quem você acredita que seja o principal rival do Botafogo?

“É o Flamengo e o Palmeiras, né? Que agora vai enfrentar o Palmeiras, mas nós três vamos ficar disputando o título. O Galo já não é mais freguês de sempre, eles ganham outros e nós também. Mas o Palmeiras e o Flamengo, com certeza, são nossos rivais”.

Expectativa para 2024?

“Espero um título. Eu vivo a minha vida inteira por esse momento, eu só quero terminar o ano sorrindo. Ano passado eu nunca terminei tão triste na minha vida. Ano passado engordei 15kg, depois que o Botafogo perdeu o título, fiquei mal demais de cabeça, foram coisas horríveis. Minha mãe tendo pena de mim, é algo que eu nunca imaginei na minha vida. Horrível.”

“Tipo, os jogos, que vou citar aqui do ano passado que me marcaram: Botafogo x Palmeiras. 4×3. Cheguei em casa incrédulo, não consegui dormir sem entender o que aconteceu. Contra o Grêmio, eu
cheguei em casa, eu ajoelhei assim no meu quarto, comecei a chorar, aí minha mãe me
abraçou. Aí o único jogo que eu vi em casa, que já não estava tão bem, foi contra o Curitiba. Aí eu
comorei muito o gol, minha mãe depois me abraçou, e logo depois tomou o gol. Eu comecei a chorar. Foi horrível pra mim”.

“Mas enfim, o ano passado foi muito traumático, muito traumático mesmo. Aí eu achei que esse ano ia ser diferente para mim, mas já comecei indo para Bragança Paulista, na pré-Libertadores, e continuo viajando. Eu acho que eu não vou conseguir nunca parar com essa loucura, não”.

Contratações atuais

“Só jogador incrível, né? Jogadores que nunca viriam para cá em nenhuma hipótese possível. E Luiz Henrique e o Almada, a gente fala que são dois jogadores que não viriam para cá se não
fosse nesse molde de clube-satélite. Eles nunca estariam pisando no Brasil. Então, com esses moldes, que tem a Eagle Football, de John Textor, faz com que o Botafogo consiga atrair jovens talentos que iriam direto para a Europa, mas eles conseguem estar aqui antes, amadurecendo e tudo mais, para depois irem para a Europa. Então, o que faz com que fortaleça o nosso time, consiga atrair jogadores.”

“Vão agregar bastante, com certeza. Tem o Allan também, o nosso time é uma máquina. Esse ano vai”.

Allan, Igor Jesus e Almada, eles chegam pra ser titulares na equipe do Arthur Jorge?

“Bom, pra mim, são totalmente titulares. O Tiquinho Soares já não apresenta um bom futebol há muito
tempo. Esse ano, ele não apresentou um bom futebol em praticamente nenhum jogo. E ano passado, no segundo turno inteiro, a gente sabe que ele caiu muito de nível e esse ano ele não consegue recuperar jeito nenhum. Ele voltou mal da lesão, voltou pior ainda da lesão esse ano”.

Quem você gostaria de ver novamente no Botafogo?

“Pô, eu vou ser sincero. Eu vou falar um jogador que… É difícil, porque hoje em dia o Botafogo tem muito bom de jogador, mas… Um jogador que eu gostaria é o Jefferson, que é meu maior ídolo. Aí eu vou falar outro jogador… Eu gostei muito do João Paulo aqui também, que ainda joga nos Estados Unidos. Mas eu acho que hoje em dia, de todos que eu vi passar, e todos que tem hoje, dificilmente eu vou ver alguém que foi melhor do que antes, né? Então… Acho que ninguém, não. Esse time é muito bom”.

Quem você não gostaria de ver de jeito nenhum?

“Renan Fonseca, esse cara era um lixo. E Willian Arão, porque esse cara é um traidor”.

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Duda Lima

Formada em Jornalismo e Publicidade e Propaganda na PUC Rio, o esporte sempre esteve presente na minha vida por conta dos meus pais. Na magazine do 365Scores, sou responsável por escrever sobre vôlei feminino e masculino, o futebol em geral, e também sobre os atletas Gabigol, Éder Militão e Gabi Guimarães.

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