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Erik revela detalhes de vitória contra Al Nassr e erro de CR7: “Gol mais fácil que ele perdeu na carreira”

Nas quartas de final da Liga dos Campeões da Ásia, o Al Ain conseguiu contrariar as estatísticas e derrotar o Al Nassr de Cristiano Ronaldo nos pênaltis.

Em entrevista exclusiva ao 365Scores, o lateral esquerdo Erik, da equipe dos Emirados Árabes, contou detalhes da partida e também sobre o gol inacreditável perdido do português.

“Primeiro agradecer a Deus por essa oportunidade. Quando vim para cá, nem nos meus melhores sonhos pensei em jogar com o Cristiano Ronaldo na Ásia. Tem algo espiritual, uma coincidência que me faz ser muito grato. Consegui realizar um dos meus maiores sonhos aqui. Consequentemente, quando a gente joga com os melhores, temos uma visibilidade maior”, celebrou o jogador.

“O time inteiro, o coletivo, fez um lindo trabalho, foi muito unido. Ganhamos três tempos do Al Nassr, o primeiro, em casa, lá, o primeiro tempo, e no segundo tempo da volta, em 20 minutos, eles mostraram a capacidade individual. No final do primeiro tempo, acharam um passe para o Mané, ele dribla nosso goleiro e eles fazem o gol. No segundo tempo eles dominaram, mas graças a Deus levamos a melhor, a vitória nos pênaltis. Isso foi importante para mostrarmos a nossa força. É muito legal jogar contra times do mais alto nível e ver que podemos vencer”, afirmou Erik.

Admiração por Cristiano Ronaldo e erro do ídolo

Um dos ídolos do jogador Al Ain, Cristiano Ronaldo não teve a melhor de suas noites contra a equipe dos Emirados Árabes protagonizando um lance bizarro. Durante uma jogada de pressão do Al Nassr, o goleiro rebateu uma bola que sobrou para o português dentro da pequena área, mas ele errou o chute.

Ao 365Scores, Erik revelou detalhes do que chamou de “gol mais fácil da carreira” do atacante, e ainda disse que viu vídeos do adversário antes da partida para se inspirar antes do jogo decisivo pela Liga dos Campeões da Ásia.

“Olha que engraçado, antes da partida gosto de ver vídeos de pessoas que me inspiram para aumentar meu foco e coragem. Gosto muito do Ayrton Senna, Charles do Bronx e do Cristiano Ronaldo. Antes dos jogos, vejo vídeos do que ele fala e quando entrei, vi ele (sic). Mas, como ele diz, ‘quando entramos em campo, por mais que a gente não seja, temos que nos sentir o melhor do mundo'”, disse o jogador.

“Antes do jogo a gente busca concentrar, mas depois, se pudesse abraçar, tirar foto, pedir desculpa se tivesse batido nele, faria. Ele foi um cara muito especial para o esporte, para gerações, com certeza quando parar de jogar continuará sendo. Não só joguei contra ele, mas eliminei. Ele entrou para o aquecimento com cara de bravo, de que não estava satisfeito, é muito legal ver esse profissionalismo, que depois de tudo ele leva o amor em tudo que faz. Tem um versículo na bíblia que diz para fazermos as coisas como se fosse para Deus, e eu vejo isso nele”, disse o lateral.

“Eu não consigo explicar, para mim foi o gol mais fácil que ele perdeu na carreira dele. Acho que presenciei o gol mais fácil que ele perdeu na carreira. Muitas vezes ela vem quicando, mas ela veio rolando, ele não esperava, mas estava na frente do gol, se chuta reto acerta, mas conseguiu fazer o mais difícil. Não consigo explicar o que aconteceu ali, o maior doutor em explicar a fazer gol, se posicionar, esperar o erro do adversário, ele sempre tem essa leitura, não sei o que aconteceu naquele momento. Graças a Deus”, relatou Erik.

Veja mais trechos da entrevista de Erik ao 365Scores

Início difícil nos Emirados Árabes

Eu me senti da mesma forma (invisível). A gente não conhece nada, a cultura é totalmente diferente, o horário, a língua. Eu não sabia falar inglês, e aqui nos Emirados, eles têm o inglês como segunda língua. Eu sempre estudei em escola pública, não sabia. Sempre fez falta, para me comunicar em campo, desde o trabalho até as coisas simples do dia a dia, sempre me prejudicou muito. Na época, minha namorada tentou me ensinar um pouco sobre alimentação, mas cheguei com muito pouco e isso me prejudicou. O Caio Canedo foi muito importante, o Wilson Eduardo, Rafael Pereira, Jonatas Santos, foram muito importantes na minha chegada, para minha família, porque nos sentimos muito sozinhos.

Dificuldade de comunicação

A comunicação dentro de campo é um dos aspectos mais importantes porque é um esporte coletivo. Graças a Deus, trabalhei com um técnico português quando cheguei. Isso me ajudou muito na comunicação com o treinador, mas com os colegas eu não conseguia. É difícil falar com o seu companheiro, os três que eu fazia triangulação, como gosto de receber a bola, como o atacante deve se posicionar. São aspectos importantes, são cinco jogadores que tenho que ter boa comunicação para o sistema sincronizar. Quando se trata de um esporte coletivo, a comunicação é primordial. Acredito que é um passo que o futebol brasileiro pode dar, pelo menos passar o inglês nas categorias de base, colocar nos treinos as palavras dentro de campo. Com nosso talento, nossa parte cognitiva, se o brasileiro chegar com essa etapa avançada da comunicação e trabalhar isso no Brasil, aprender o que deve se falar dentro de campo, já vai adiantar muita coisa na adaptação dos atletas fora do Brasil.

Embate com Mané

Eu entrei nos dois jogos com essa mentalidade, me preocupando com eles. Como lateral, sou primariamente defensivo, embora goste mais de atacar. Estamos acostumados a atacar, mas foi um jogo diferente. O técnico me pediu para lembrar disso, que eu tinha que passar confiança, ser agressivo. Não só contra o Mané, mas com outros também. Levei isso em conta, sendo agressivo para que eles não pensassem muito. Mas quando jogamos contra os melhores, não vencemos todos os duelos, mas temos que buscar vencer mais que perder. Quando perder, orar para a cobertura ajudar. Graças a Deus, contra o Mané fui feliz na maioria dos confrontos. Ele não estava muito bem individualmente, errou alguns domínios. Mas, infelizmente, levei um cartão amarelo, por isso o técnico me sacrificou. Mas no primeiro lance do outro lateral ele também levou cartão. Eu queria muito seguir no jogo e ficar até o final.

Trabalho com Crespo

É muito bom quando nós treinamos com caras que jogaram no alto nível. Isso é metade do sucesso de um técnico. Você precisa estar ali dentro de campo para sentir o atleta. Ele (Crespo) foi um grande jogador, tem uma gestão de pessoas excelente. Isso ajuda muito no nosso contato, no coletivo. Tem sido o segredo dele, tem gerenciado muito bem a equipe, dado oportunidade para todos, confiança, e os resultados carimbam o trabalho.

História mais marcante no clube

Na temporada em que fomos campeões da liga e da copa da liga, estávamos indo para o último jogo. Eu estava em processo para renovar o contrato, e o time não queria aceitar minha proposta. Na partida, fiz meu primeiro gol na carreira, dei um elástico no meio das pernas, cruzei, a defesa afastou, nosso camisa 9 deu um chapéu, tocou para mim, eu tabelo com o ponta e faço o gol. Quando saiu o gol, meu empresário olha para a direção do clube, e eles falam que está fechado. Meu empresário pensou em falar que era mais caro, mas desistiu.

Importância da religiosidade

Eu gosto de ler a Bíblia todos os dias. Tem algumas orações que eu faço, como o salmo de Davi. Eu leio todo o versículo porque me encoraja. “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos; guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por causa do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor para sempre.

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Eduardo Statuti

Repórter multimídia do 365Scores, atuo na cobertura de Atlético, Cruzeiro e América-MG. Também escrevo um pouco sobre Fórmula 1 e acompanho de perto a carreira de Hulk, Yuri Alberto e Neymar.

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