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Dorival se emociona e faz apelo em apresentação na Seleção: “A primeira convocação é a do torcedor brasileiro”

Dorival Júnior foi oficialmente apresentado como novo treinador da seleção brasileira. Em evento realizado na CBF, o ex-São Paulo projetou o novo ciclo visando a Copa de 2026, relembrou de sua trajetória e conquistas.

“É uma satisfação, estou sinceramente emocionado, depois de tudo que eu vivi, de tudo que eu passei. E principalmente nos últimos seis, sete anos, conseguindo vencer dois momentos de muitas dificuldades dentro da minha casa, do meu lar. A minha esposa com um câncer muito agressivo, logo em seguida eu também fui diagnosticado. Isso me fortaleceu ainda mais e pude repensar pontos da minha carreira”, iniciou.

“São praticamente 54 anos em que o futebol vive dentro da minha casa. Eu sou seis anos de idade, estou com 61 anos, com seis anos de idade eu já vivia dentro um vestiário da Ferroviária de Araraquara. Meu pai era diretor de futebol. E aquilo me chamava atenção, já estava dentro daquele garoto. Eu viajava com a delegação, acompanhava todos os treinos”, completou.

Em seguida, Dorival fez apelo para que a Seleção voltasse a receber apoio. “Hoje estou aqui representando a seleção mais vencedora do planeta, a que inspira muitos no mundo inteiro. E tem obrigação de voltar a vencer. O futebol brasileiro é muito forte, se reinventa. Não pode passar pelo momento que está passando. Que sirva de lição para que possamos encontrar um novo caminho. Nós aprendemos com o futebol brasileiro o caminho da vitória. E precisamos reencontrar esse momento”, comentou.

Dorival
Foto: CBF

“Estou aqui para fazer a primeira convocação: a do torcedor brasileiro. Que acredite mais na seleção, que viva mais a seleção. Peço que ele acredite mais na Seleção. É nossa obrigação entregar uma Seleção que volte a nos dar credibilidade. Peço de coração para que o torcedor volte a participar, vivencie a Seleção como sempre foi. E em um segundo momento, tão importante quanto, convoco todos os profissionais que estão envolvidos no futebol. O futebol brasileiro precisa de todos vocês. Não podemos separar a Seleção do Tite, do Felipão, do Diniz. Não é a Seleção do Dorival, é a Seleção do povo brasileiro”, acrescentou.

Dorival tem 61 anos e vem de grandes temporadas no futebol brasileiro. Em 2022, conquistou a Libertadores e Copa do Brasil pelo Flamengo. Em 2023, foi bicampeão da Copa do Brasil, só que dessa vez comandando o São Paulo.

Ele substitui Fernando Diniz, que estava como interino desde a saída de Tite. Para 2024, a Seleção terá a disputa da Copa América e Eliminatórias da Copa de 2026.

Veja outros tópicos da coletiva:

Sobre a convocação de jogadores diferentes

“Eu acho que não é nem uma mudança de nomes, o que vem acontecendo de uma maneira gradativa em relação à Seleção que jogou a última Copa. É uma mudança emocional, postural. Uma mudança que o atleta tem que entender que está aqui vestindo uma camisa muito pesada, referência no mundo todo. Se nesse instante, não estamos em uma posição adequada em relação à nossa classificação para a próxima Copa, vamos tentar o máximo para reverter tudo isso. Primamos por ter um futebol vistoso, bem jogado, mas acima de tudo efetivo. Não podemos deixar essas características. Temos que tentar manter o máximo possível. Temos que voltar a fazer grandes jogos. Todos nós temos que entender um pouco mais o que representa essa Seleção. Acima de tudo, que cada um assuma um pouco mais a responsabilidade quando forem convocados. A lição que o Zagallo nos deixou é uma lição que tem que ficar guardada para o resto da vida. O atleta que vem para cá não pode deixar de ter essa gana, essa garra de querer ganhar o tempo inteiro.”

Se é possível reaproveitar o trabalho de Fernando Diniz

“Tudo pode ser aproveitado e acredito que uma reciclagem acabe acontecendo e proporcionando dificuldades um pouco maiores. Finalizamos uma Copa e logo em seguida iniciamos uma preparação para um momento seguinte. Natural que teríamos dificuldades. Não imaginávamos que enfrentássemos tantas. Não quer dizer que podemos buscar algo diferente. O futebol não muda. Comportamentos precisam ser repetidos. Muito diferente de um clube: você joga hoje e amanhã já reapresenta buscando melhorar os erros. Todos encontram um caminho, temos que encontrá-lo também. Temos que acelerar esse processo. É buscar, rapidamente, ter uma equipe mais confiável, que passe essa segurança para nós.”

A mescla entre jovens e experientes

“Pode ser que tenha um treinador que tenha revelado mais jogadores, mas é muito difícil chegar ao número de atletas que dei oportunidade ao longo da carreira. Foi assim na minha primeira equipe, no Figueirense, exemplo é o Felipe Luís, como na minha última equipe, o São Paulo. Sempre contei com uma mescla saudável em qualquer sentido para que tenhamos competitividade da equipe mantida. Não vai ser diferente. Para mim não importa, se o Thiago estiver bem, ele terá oportunidade. É grande jogador. Ciclos se encerram a partir de um momento que um outro esteja bem melhor. Temos que ter equilíbrio, consciência. Vou errar, de repente não convocando um ou outro, mas vou tentar trazer aqueles que estão em melhores condições.”

Estilo de jogo

“Em todas as equipes, eu me adaptei à equipe. Nunca chego com sistema pré-estabelecido. Prefiro identificar o tenho à mão e depois empregar um sistema. Números para mim são relativos: 3-5-2, 4-3-3, para mim isso é balela. Quero defender com maior número possível e defender com o maior número possível de jogadores. Muito difícil falar agora entre os sistemas do Fernando, do Ancelotti, até porque eles estão em clubes. E dentro de uma seleção é um pouquinho diferente. Esse encaixe é fundamental, para que na prática as coisas deem encaixe.”

Saída repentina do São Paulo em meio a montagem de elenco

“Eu tinha meu contrato no São Paulo, todos os jogadores contratados foram com a concordância da diretoria. Nós montamos o São Paulo para que o treinador que chegar faça o que bem entender. São jogadores versáteis para termos elenco enxuto em condição de poder abastecer toda e qualquer situação.”

Dorival
Foto: CBF

Instabilidade política na CBF

“O contato com o presidente Ednaldo foi no final de semana. Um prazer a uma satisfação poder chegar neste momento da minha carreira à frente da seleção. Sobre instabilidade política é um assunto em que eu não entrou. Tenho a confiança do presidente para fazer meu trabalho daqui para frente, preparar a equipe, ganhar jogos e chegar numa Copa do Mundo que será muito disputada. Vou trabalhar neste sentido, me preparei muito para estar aqui. Tenho uma convicção muito grande que a seleção brasileira vai alcançar seus objetivos.”

Sobre o momento e histórico com Neymar

“Brasil tem que aprender a jogar sem o Neymar, mas segue sendo um dos três melhores do mundo no momento. É muito importante, desde que recuperado e focado. Não tenho problema algum, a repercussão foi maior do que o esperado. Desde aquele momento, depois da partida, já estávamos nos falando. Com o atleta, nunca tive nenhum tipo de problema. Pelo contrário, todas as vezes que nos encontramos são situações positivas. O futebol é dinâmico, céu e inferno não tem um palmo de distância. Tudo o que está acontecendo pode não ser uma verdade daqui a um mês. O importante é focar mais, nos preparar mais. Falo isso já imaginando uma pré-convocação. Que os jogadores venham com uma outra mentalidade, nós precisamos de uma preparação maior. O futebol se reinventa e não podemos perder essa oportunidade.”

Nova comissão técnica e conversa com Diniz

“Não, não conversei ainda com o Fernando (Diniz). Com relação à comissão, venho conversando com o presidente. É um momento em que eu preciso ter ao meu lado pessoas que também confio, com quem já trabalhei. Algumas funções serão necessárias, dentro da liberdade que ele me deu, não que os que estão aqui dentro não sejam profissionais. Preciso ter pessoas ao meu lado com quem já tive momentos positivos e negativos. Algumas situações, com certeza, precisaremos intervir. Presidente me deu liberdade, mas com responsabilidade com os profissionais que aqui estão e com aqueles que poderão chegar.”

Como não afetar clubes brasileiros com convocações

“Eu sofri bastante com tudo isso, mas nunca tirei a oportunidade do profissional, não acho o direito. Estava até contando uma história para o presidente. Santos, em 2016, disputando o título e perdemos Gabigol, Zeca e Thiago Maia. Na Copa América seguinte, mais três jogadores convocados. Foi um problema muito sério e mesmo assim conseguimos o vice-campeonato. Sei o quanto pesa, mas também o quanto são importantes dentro da Seleção. Então temos que ter um equilíbrio entre necessidade e vontade do atleta, clube. Não é fácil não. Já vivi o outro lado e vou ter que pensar com a cabeça do outro agora.”

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