Condenado à morte: Jogador do Irã é acusado de traição após manifestação a favor das mulheres
O jogador Amir Nasr-Azadani foi acusado de traição no Irã e condenado à morte após se envolver nas manifestações a favor das mulheres, que contestava, principalmente, a morte de Mahsa Amini. O evento terminou com a morte de três policiais.
Um dos acusados da morte dos oficiais, que aconteceu no dia 25 de novembro, é o jogador de 26 anos, que atualmente está no Iranjavan FC, do Irã.
Ele foi detido dois dias após as manifestações e acusado também de participar de um “grupo armado e organizado que tem a intenção de atacar a República Islâmica do Irã”.
O caso tomou uma proporção gigantesca, e várias personalidades do futebol árabe se posicionaram pedindo a liberação do atleta incluindo o ex-jogador do Bayern de Munique e da seleção iraniana Ali Karimi.
O sindicato dos jogadores profissionais de futebol (FIFPro) emitiu um comunicado afirmando estar “chocado” com as notícias e exigindo a anulação da sentença.
Entenda o caso
Desde 2009, o Irã vive atualmente a maior onda de protestos no país a favor dos direitos das mulheres. O estopim foi a prisão e morte de de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos.
Ela foi detida na capital após violar as regras iranianas sobre o uso de hijab, o lenço tipicamente islâmico que cobre a cabeça das mulheres. A polícia local afirma que Mahsa sofreu um infarto e faleceu. No entanto, há denúncias de que a jovem teria sido atingida propositalmente na cabeça por um cassetete.
Recentemente, o governo iraniano autorizou que manifestantes sejam condenados à pena de morte. No dia 14 de novembro, a primeira pessoa foi punida “perturbar a ordem e a paz da comunidade e cometer um crime contra a segurança nacional”.
Nos estádios durante a Copa do Mundo, alguns torcedores iranianos protestaram e exibiram faixas em apoio à jovem Mahsa Amini e também a outras mulheres.