Campeonato Inglês: jogadores manifestam medo com a volta
O diário britânico “Mirror” havia noticiado o medo dos jogadores em relação ao retorno do Campeonato Inglês enquanto a pandemia da Covid-19 ainda é um sério risco, e os próprios atletas têm se manifestado contrários à retomada da Premier League a partir de junho. Mas um dos depoimentos mais fortes foi do atacante Raheem Sterling, do Manchester City, em seu canal no YouTube. Segundo ele, deveria haver uma preocupação com a segurança geral.
“Membros da minha família morreram, e amigos meus perderam seus avós. Precisamos ser sábios e cuidar de nós mesmos e das pessoas ao nosso redor, e temos que voltar por motivos que não sejam apenas relacionados ao futebol. Não se trata de ser seguro para nós, jogadores, mas também para as equipes médicas e para os árbitros”, disse ele, numa referência aos jogos sem público. “Se a segurança de todos estiver garantida, então podemos voltar. Até lá, no entanto, estou preocupado. Penso sempre no que pode acontecer de pior.”
Leia também:
• Ex-jogador do Real Madrid, Edwin Congo é preso por tráfico de drogas
• Jornal afirma que Higuaín poderia pendurar as chuteiras esse ano
• Colônia tem importante desfalque na reabertura do Alemão: seu mascote
Companheiro de Sterling no City, o também atacante Sergio Agüero havia sido bem objetivo em entrevista ao programa espanhol “El Chiringuito”: “A maioria dos jogadores está assustada porque tem família, pais e filhos, alguns são bebês, e isso me assusta. Estou com a minha namorada e não tive contato com outras pessoas, mas acredito que será muito tenso quando voltarmos a jogar. Tomaremos muito cuidado, mas pensaremos ‘O que está acontecendo?’ no momento que alguém se sentir mal”.
Independentemente das medidas de segurança definidas depois que os clubes decidiram pela volta da competição, voltar a campo não agradou mesmo aos jogadores. Em uma postagem em rede social, Danny Rose criticou a postura dos dirigentes: “Até os números caírem drasticamente, o futebol não deveria sequer ser mencionado. As vidas das pessoas estão em risco”, escreveu o lateral-esquerdo do Newcasttle.
A Inglaterra se tornou o país com mais mortes pelo coronavírus na Europa, com mais de 32 mil óbitos, e nem mesmo a curva decrescente, que levou a medidas de isolamento menos rígidas desde domingo passado, anima os jogadores. Como o primeiro-ministro Boris Johnson decretou que nenhum esporte profissional pode acontecer até 1º de junho, os clubes pensam em recomeçar a Premier League no dia 12 do mesmo mês. Nesta quarta-feira, dirigentes voltarão a se reunir para tentar avançar com as negociações.