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História do Campeonato Brasileiro: como surgiu, primeiros vencedores, mudança no formato

O Campeonato Brasileiro é a principal competição nacional. Mas você sabe como surgiu? Confira a história do torneio, mudanças no formato, maiores vencedores, maiores artilheiros, equipes que já foram e que nunca foram rebaixadas e mais!

História do Campeonato Brasileiro – onde e como tudo começou

O Campeonato Brasileiro de Futebol, popularmente chamado Brasileirão, é a principal competição nacional disputada entre clubes. Atualmente, é dividida em quatro divisões: Séries A, B e C, com 20 times cada uma, e Série D, com 68.

A primeira edição oficial foi realizada em 1971. No entanto, em 2010, dois torneios realizados antes da década de 1970 foram reconhecidos como competições nacionais: a Taça Brasil e a Taça de Prata. A história do Campeonato Brasileiro, entretanto, é contada a partir da Taça Brasil.

Taça Brasil

Criada pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual CBF, em 1959, a Taça Brasil é considerada a primeira competição nacional entre clubes de futebol. A criação do torneio tinha o objetivo de substituir o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, que era uma competição disputada entre os melhores times dos estados do Brasil.

A Taça Brasil reunia as equipes campeãs estaduais do país e dava ao campeão o direito de representá-lo na Copa dos Campeões da América (Copa Libertadores da América) que, naquela época, reunia os campeões de cada país da América do Sul.

As primeiras edições foram disputadas em mata-mata, pois, devido às complicações de locomoção e transporte da época, era difícil organizar um torneio nacional mais integrado, em um país com dimensões tão grandes como o Brasil, e eram disputadas com 16 equipes campeãs estaduais.

Os campeões do estado de São Paulo e do Distrito Federal — na época, a capital do Brasil era o Rio de Janeiro — entravam na fase final. A equipe do Bahia foi a primeira a conquistar o título da competição e a vaga para representar o Brasil na Copa dos Campeões da América de 1960, após vencer o Santos na final.

Em 1967, disputado paralelamente à Taça Brasil, havia o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o “Robertão”, em homenagem ao goleiro Pedrosa, do São Paulo e da Seleção Brasileira da Copa 1934, que morreu em 1954 como presidente da Federação Paulista.

Inicialmente, o “Robertão” era disputado apenas por times do Rio de Janeiro e São Paulo, conhecido como Torneio Rio-São Paulo. Porém foi ampliado para âmbito nacional. Na segunda edição, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa passou a se chamar Taça de Prata.

A competição acabou agradando os clubes e torcedores, já que foi a primeira a reunir os principais times do país com os melhores jogadores. Com isso, a média de público do campeonato aumentou, devido aos jogos com um nível melhor, e a competição começou a ter mais credibilidade e uma cobertura intensa da mídia.

A consequência foi que o torneio ficou mais lucrativo para as equipes participantes, que começaram a ter um interesse maior pela competição. O sucesso da segunda edição do Robertão fez com que a CBD decidisse, em 1971, transformar o torneio em um Campeonato Nacional de Clubes.

Campeonato Nacional de Clubes

Entre 1971 e 1973, o Campeonato Nacional de Clubes era disputado no mesmo formato que a Taça de Prata. No entanto, o número de equipes aumentou de 17 para 20, e foi criada uma segunda divisão. O Atlético-MG foi o primeiro campeão, em 1971.

Durante os primeiros anos do torneio o futebol sofreu interferência política da Ditadura Militar. Em 1975, por exemplo, o presidente da CBD, João Havelange, deixou o comando da instituição para assumir a Fifa, e o almirante Heleno Nunes assumiu a CBD.

Para agradar os coronéis de regiões que o futebol não tinha muito prestígio, o almirante Heleno aumentou para mais de 90 o número de participantes do Campeonato Nacional. Com a mudança, o torneio passou a se chamar Copa Brasil.

Já em 1979, a CBD foi desmembrada e houve a criação da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, que era voltada especificamente para o futebol. No ano seguinte, a nova instituição alterou o nome para Taça de Ouro e, pela segunda vez, contou com duas divisões. Um ano depois, foi criada a terceira divisão.

Clube dos 13 e Copa União

No fim da década de 1980, o Brasil sofria uma crise econômica e muitos clubes e federações foram atingidos. A CBF anunciou, em 1987, que não conseguiria manter um campeonato nacional e sugeriu a volta de como era na Taça Brasil, com jogos regionalizados.

Os 13 clubes mais fortes economicamente rejeitaram a ideia, formaram uma instituição chamada Clube dos 13 e criaram o próprio campeonato: a Copa União. No entanto, em conjunto com a CBF, ficou definido que a Copa União seria o Módulo Verde da Copa Brasil, e a entidade organizaria o Módulo Amarelo.

A proposta era que os campeões e vice-campeões de cada módulo teriam que se enfrentar, na final, para definir os dois representantes do Brasil na Libertadores de 1988. O Flamengo e o Internacional foram, respectivamente, campeão e vice-campeão da Copa União. Porém se negaram a entrar em campo para disputar o quadrangular com o campeão e vice do Módulo Amarelo, que foram o Sport e o Guarani.

O Conselho Nacional de Desportos (CND) — órgão extinto que era responsável pela regulação e regulamentação de todos os esportes, federações e confederações — considerou o Flamengo como o campeão brasileiro de 1987, enquanto a CBF considerou o Sport. A disputa, então, foi parar na Justiça comum, e a discussão acontece até os dias atuais.

Em 1988, a divisão entre Clube dos 13 e CBF terminou, e a Copa Brasil foi disputada com 24 equipes. Pela primeira vez, a competição teve também um sistema de acesso e rebaixamento para atender as exigências da Fifa.

Início do Campeonato Brasileiro – mata-mata

A ideia da CBF era enxugar ainda mais a competição, porém clubes com menos expressão no futebol deixaram de fazer parte das disputas nacionais. Para evitar suas extinções, a CBF criou uma competição secundária, a Copa do Brasil, que poderia reunir clubes de todos os estados. E

vitando confusão entre os nomes dos torneios, a Copa Brasil passou a ser chamada Campeonato Brasileiro, em 1989.

Em 1999, o torneio adotou um novo formato para o rebaixamento, determinando que cairiam para a Série B os quatro clubes que tivessem a menor média de pontos nos campeonatos de 1998 e 1999. O sistema só durou uma temporada.

Na primeira fase da competição, foi descoberto que um jogador do São Paulo estava registrado de forma irregular, e a CBF decidiu punir o clube anulando os jogos em que participou. Com isso, Internacional e Botafogo ganharam pontos que levaram o Gama ao rebaixamento. A equipe resolveu, então, processar a CBF, que não pôde organizar o torneio em 2000.

O Clube dos 13 voltou à tona e organizou novamente o campeonato, chamando de Copa João Havelange. O torneio contou com as participações de Fluminense e Bahia como convidados, já que ambos estavam na Série B.

O campeonato foi dividido em quatro módulos (azul, amarelo, verde e branco), com a presença de 116 times. A final foi entre Vasco, do Módulo Azul, e São Caetano, do Módulo Amarelo. O time do Rio de Janeiro foi o campeão em uma final tumultuada e marcada pelo desabamento do alambrado do estádio São Januário.

Campeonato Brasileiro – Era dos Pontos corridos

Após mais de 40 anos sem estabilidade nas regras e nem um sistema padrão de disputas, o Campeonato Brasileiro passou a ser organizado de apenas uma maneira. Antes, um formato era implementado nas disputas em quase todos os anos de existência.

Em 2003, tudo mudou. O torneio adotou o formato de pontos corridos, que é realizado até os dias atuais. Nesse modo de disputa, todos jogam contra todos em turno e returno. O Cruzeiro foi o primeiro campeão desse formato, entre as 24 equipes participantes da Série A.

Com o formato estabelecido, em 2005 uma nova polêmica assombrou o Campeonato Brasileiro: a prisão do árbitro Edílson Pereira de Carvalho, acusado de manipular os resultados dos jogos para garantir lucro de empresários que investiam em site de apostas. O escândalo ficou conhecido com Máfia do Apito e fez com que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) anulasse 11 jogos apitados pelo árbitro.

O número de 20 participantes foi definido no torneio de 2006, com os quatro melhores times classificando-se para a Copa Libertadores, e os quatro piores sendo rebaixados para a Série B. 

Em 2010, a CBF decidiu unificar o Campeonato Brasileiro, ou seja, a instituição reconheceu as competições anteriores a 1971, dando à Taça Brasil e ao Torneio Robertão o peso equivalente ao do Campeonato Brasileiro.

Maiores campeões brasileiros

Com a unificação do Campeonato Brasileiro, em 2010, o Palmeiras é considerado o maior campeão da competição, com 12 títulos. Em segundo lugar está o Santos, com oito títulos, e, em terceiro, o Flamengo e o Corinthians, com sete.

  • Palmeiras (12)
  • Santos (8)
  • Flamengo (8)
  • Corinthians (7)
  • São Paulo (6)
  • Cruzeiro (4)
  • Fluminense (4)
  • Vasco (4)
  • Internacional (3)
  • Bahia (2)
  • Botafogo (2)
  • Grêmio (2)
  • Atlético-MG (2)
  • Athletico-PR (1)
  • Coritiba (1)
  • Guarani (1)
  • Sport (1)

Formato do Campeonato Brasileiro

O Campeonato Brasileiro atualmente é disputado em diversas categorias: Masculino (Série A, Série B, Série C e Série D), Feminino (Feminino, Feminino A1 e Feminino A2) e Categorias de Base (Aspirantes, Sub-20 e Sub-17).

O principal torneio, entretanto, é o masculino Série A. Geralmente, seu início é em abril e vai até dezembro. Ao todo, são 20 participantes que jogam entre si em dois turnos, totalizando 38 rodadas. O formato é o de pontos corridos, ou seja, a equipe que tiver somado mais pontos ao final da competição conquista o título de campeã brasileira do ano.

As seis equipes com a melhor colocação ganham o direito de participar da Copa Libertadores da América, mas se o campeão da Copa do Brasil estiver entre os seis primeiros da Série A, o sétimo colocado do Brasileirão também entra na Libertadores. Os outros times que ocupam até a 12ª posição ganham vagas na Copa Sul-Americana. Os quatro últimos colocados são rebaixados para a Série B.

Maiores artilheiros do Campeonato Brasileiro

Desde que o campeonato foi criado, em 1959, muitos jogadores se destacaram nas disputas. No entanto, quem marcou mais gols no torneio foi Roberto Dinamite, falecido em janeiro de 2023, com 190 gols. Em seguida, vem Romário, com 154, e, com um gol a menos, Edmundo é o terceiro.

Já na era dos pontos corridos, outros jogadores também têm números impressionantes. Os artilheiros são o atacante Fred (158 gols), que anunciou a aposentadoria em 2022, seguido pelo meia/lateral Paulo Baier (106 gols).

Considerando apenas uma única edição do Brasileirão, após a definição dos pontos corridos, os principais artilheiros são Washington (34 gols, em 2004, pelo Atlético-PR), Dimba (31 gols, em 2003, pelo Goiás), Germán Cano (27 gols, em 2022), Gabriel Barbosa (25 gols, em 2019, pelo Flamengo), Jonas (23 gols, em 2010, pelo Grêmio) e Borges (23 gols, em 2011, pelo Santos).

Rebaixamento

Quem nunca foi rebaixado no Brasileirão?

Das 20 equipes que compõem a principal divisão do Campeonato Brasileiro, apenas duas equipes nunca foram rebaixadas: Flamengo e São Paulo.  A dupla disputa a primeira divisão desde que ela foi criada. O Santos foi rebaixado pela primeira vez em 2023.

Quais são os clubes que mais foram rebaixados na história do Brasileirão?

As equipes que mais sofreram rebaixamento no Campeonato Brasileiro são América-MG, Vitória, Coritiba, Goiás e Sport, que já caíram seis vezes. Em seguida, está o Santa Cruz, com cinco quedas.

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Redação 365Scores

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