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“Grama sintética não causa mais lesão que grama normal”, afirma Campello, médico e ex-presidente do Vasco

A permissão para uso dos gramados sintéticos voltou a ser debatida pelos clubes. Enquanto a maioria é contra a utilização por acreditar que o impacto contribua para o aumento de número de lesões, a CBF aprova o uso nos estádios. Botafogo, Athletico-PR e Palmeiras são clubes que usam da tecnologica.

No entanto, embora haja a discussão, não há comprovação científica dos malefícios causados pela grama artificial. Em entrevista ao Basticast, podcast do 365Scores, Alexandre Campello, ex-presidente do Vasco e médico ortopedista, falou sobre a polêmica envolvendo a grama sintética.

Diferentemente dos argumentos usados por Alfredo Sampaio, outro entrevistado do podcast, ele negou que a utilizada pelos estádios brasileiros seja prejudicial aos atletas.

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“Quando as pessoas dizem que a grama sintética é pior que o gramado e tal, ela é baseada em que evidência? Em muitas vezes, ela é baseada em experiência pessoal. Para a evidência científica não conta. Primeiro que existem vários tipos de grama sintética. Segundo, o solo que está abaixo da grama sintética ele tem uma importância fundamental (…) Eu acho que precisa muito mais de avaliação científica”.

Campello também fez um comparativo e citou as lesões, como pulbagia, ocasionadas em gramados naturais. Segundo ele, existem campos que têm o solo duro e mal tratado que são mais prejudicais aos atletas do que os artificiais.

“Eu li já alguns trabalhos que evidenciam que não há um aumento de lesões quando você tem um campo de boa qualidade. Vários campos de gramas naturais que são ruins, que tem o piso duro, o solo é muito seco, pouco aerado. Isso causa muita lesão”.

Questionado sobre se há preferência por parte dos jogadores, Campello afirmou que tudo depende do costume. Além disso, afirmou quais as vantagens de um gramado sintético e porquê pode haver preferência.

“Por exemplo, se você ouvir um jogador do Vasco, talvez ele diga que não goste de jogar num gramado sintético. Se você ouvir um jogador do Athletico-PR, pode ser que ele diga que goste. Ele se acostumou”, opinou.

E completou: “A verdade é o seguinte: o campo de grama de sintética tem condições mais controláveis. Você jogou lá e rapidamente refaz o campo. Campo de grama natural não. Você vê aí o Maracanã. Toda hora o pessoal reclamando que a qualidade do gramado é muito ruim. E aí? Será que causa mais lesão?”.

Outro tema levantado durante o Basticast foi a interferência do gramado sintético no ritmo do jogo. Alguns jogadores afirmam que no artificial, “a bola corre mais rápido”. Para Campello, essa informação não procede.

“A bola correr mais rápido é uma prática do futebol. Por que molham o gramado? Para a bola correr mais rápido. O jogo é mais corrido. Isso começou na Europa, o europeu gosta de um jogo mais corrido”.

Segundo Campello, os clubes deveriam estar preocupados em igualar seus gramados para não haver privilégios de outras equipes ao invés de discutir se há ou não aumento de lesões.

“Eu acho que, aqui no Brasil, a gente tem que criar uma igualdade. Não ter diferença entre uma equipe e outra. Não haver privilégio esportivo para este ou para aquele. Eu acho que essa é uma discussão muito mais importante do que se é maior causador de lesão ou não”.

“A maioria das lesões ocorre sozinha. Sem um adversário tendo contato. Óbvio que tem lesões que o adversário fez contato, mas muitas lesões, você pode observar isso, ocorrem independentes da ação do adversário. O indivíduo sozinho”, finalizou.

Confira o corte completo:

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