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Exclusivo 365Scores: “Corinthians é o time a ser batido”, diz Aline Milene, do São Paulo Feminino

Após pausa feita por conta das Olimpíadas de Paris, o Brasileirão Feminino está prestes a recomeçar. Já classificado para as quartas de final com 17 pontos na tabela de classificação, o São Paulo entra em campo no neste domingo contra o América-MG.

Em entrevista exclusiva ao 365Scores, a meia Aline Milene projetou o restante da temporada do clube, que também está disputando o Paulistão Feminino e ocupa a 3ª colocação, e ainda ressaltou o principal objetivo na temporada.

Chegada ao São Paulo em 2022, a jogadora de 30 anos ainda não conquistou títulos com seu atual clube, algo que se tornou ‘obsessão’, como ela mesmo revelou.

“São mais seis meses de temporada, um mês e meio de Brasileirão, até o fim de setembro em que tem uma final. O título é a nossa obsessão. É de dia, de noite, a gente tá pensando nisso, trabalhando para isso. Acho que é o foco do time todo. Está todo mundo nessa mesma página, todo mundo ciente que só tem um mês e meio para atingir nosso objetivo”, pontuou.

“É foco total nisso, nos jogos, treinamentos, nossa parte mental. É ter essa ganância de poder e vivenciar nossos objetivos trabalhando diariamente para isso”, ressaltou.

Questionada sobre qual o maior rival do São Paulo nas competições, Aline não teve dúvida em citar o Corinthians. A equipe é atual campeã do Brasileirão, tendo cinco títulos, e também da Libertadores, em que levantou a taça em quatro oportunidades.

“Pelo que a gente tem vivenciado bastante, o Corinthians, sem dúvidas, é o time a ser batido. Nosso rival direto. A gente chegou ano passado na final do Paulistão contra elas. São três finais de Paulistão em anos ímpares: 2019, 2021 e 2023. Então acho que é o time que a gente tem essa maior rivalidade. Mas todos aqui de São Paulo são nossos maiores rivais”.

No entanto, antes de chegar ao São Paulo, Aline teve uma boa passagem pela Ferroviária. Pelo clube do interior paulista, a jogadora conquistou títulos, teve destaque e ainda integrou a seleção da rodada da Libertadores, um feito inesquecível em sua carreira.

Aline Milene atuando pelo Ferroviária em 2020 – Foto: Dikran Junior/AGIF

“Eu voltei ao Brasil com um desejo muito grande de disputar o Campeonato Brasileiro, que eu não tinha disputado, uma Libertadores, o Paulistão, que é uma das vitrines do futebol de mulheres aqui no Brasil. Fui muito feliz que no meu primeiro ano conquistei o Brasileiro. No mesmo ano, já fui vice-campeã da Libertadores, que também foi o auge para mim, por ter disputado a competição pela primeira vez. No segundo ano, a gente retorna (à Libertadores) e se sagra campeãs. Acho que isso foi o ápice… Dois anos no Brasil e já conquistar esses títulos de suma importância”, relembrou.

Após encarar o América-MG neste domingo, às 15h (de Brasília), o São Paulo encara o Grêmio, dia 21 de agosto, na última rodada (15ª) do Brasileirão Feminino. A partida também começa às 15h (de Brasília). Já classificado, o clube aguarda o adversário da próxima fase.

No Paulistão feminino, o São Paulo tem pela frente um clássico contra o Santos. O duelo será fora de casa no dia 24 de setembro.

Outros trechos da entrevista de Aline Milene

Início no futebol

Sempre um sonho para mim, desde pequena que eu comecei a brincar em casa mesmo,  eu já tinha essa determinação de seguir a carreira profissional. Quando criança é um pouco ilusória, porque a gente não conseguia ver mulheres praticando o esporte no país. Era quase impossível aos olhos dos mais velhos. Graças a Deus foi possível. Eu comecei ali no Atlético Mineiro em 2007, segui a carreira lá até o final de 2012, daí eu fui para os Estados Unidos, me transferi para a universidade,  porque foi uma coisa também que meus pais sempre falaram para mim ‘você pode jogar, mas você precisa estudar’. Então foi uma das formas que eu consegui conciliar os dois, foi indo para fora, para os Estados Unidos, para poder jogar e estudar,

Ídolos e inspiração

A gente não tinha essa representatividade feminina, então sempre tive uma relação maior com o futebol masculino, por ter maior transmissão. Sempre tive como ídolo e inspiração o Ronaldinho Gaúcho, futebol bem brasileiro mesmo, que a gente gostava de ver pela técnica dele, o carisma dele também. Depois, com o passar dos anos, fui me inspirando também na Formiga, pela questão da posição.

Jogar com a Formiga

Tive o prazer de jogar na Seleção com ela e também aqui no São Paulo. Pra mim, foi uma das maiores inspirações nessa parte. Foi quando eu conheci o futebol feminino de verdade.

Aline comemora gol marcado pela Seleção durante amistoso contra Nicaraguá em 2023 – Foto: Thiago Calil/AGIF

Influência do futebol norte-americano

O que mais eu consegui trazer do futebol americano foi essa parte da disciplina tática. Eu acho que muito da evolução do meu jogo defensivo é de lá, porque lá a gente tem o sentido de que todo mundo ataca e todo mundo defende com a mesma intensidade, então isso acho que eu trouxe de lá. A parte mental também. Uma coisa muito importante que eu aprendi é ter consciência mental, fazer trabalhos para que eu possa entrar em campo e desempenhar o meu melhor em alto nível.

Ida ao São Paulo

Uma decisão muito assertiva minha. Tive outras propostas, mas fui feliz em decidir vir para cá, jogar em um time que eu tenho muita identidade. Eu estou muito feliz. Chego em 2022 para jogar o Paulistão, e os seis meses iniciais foram mais de entendimento, do padrão, de como funcionavam as coisas. Mas daí ano passado já melhoraram os resultados, tanto dentro de campo, quanto coletivamente e individualmente.

Evolução dos times femininos

Cada vez mais a gente vai evoluindo. Em 2023, ganhamos com a nutrição. Esse ano, a gente teve o ganho com a psicologia. Cada vez mais as equipes estão evoluindo, e o São Paulo é uma dessas que não está ficando para trás. Temos evolução nas questões de treinamento, nas partes de staff, comissão. Acho que é muito importante.

Aline Milene na Copa de 2027?

(Risos) Não, não pensei ainda. Acho que é isso mesmo, é viver cada temporada, então o meu foco maior sempre é aqui. Eu sei que o que eu estiver fazendo aqui no clube vai estar sendo visto e se for pra acontecer, vai acontecer. E eu tenho certeza que se eu não estiver lá jogando, eu vou estar na torcida. Mas é viver cada ano, cada temporada. Estou tranquila, estou realmente pensando aqui no São Paulo, em fazer o meu melhor e se acontecer, Deus está no controle.

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Nathalia Gomes

Formada em Jornalismo desde 2016, sou uma gaúcha no Rio que tem forte ligação com tênis e futebol desde pequenininha. Também acompanho de perto a vida e rotina de Gabriel Medina! Ah! Além de jornalista, também sou a mamãe do Joca :)

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