Alfredo Sampaio engrossa coro contra técnicos estrangeiros no Brasil: “Brasileiro não serve mais”
Em entrevista ao Basticast, o presidente da Saferj, sindicato dos atletas de futebol do Estado do Rio de Janeiro, Alfredo Sampaio, engrossou o coro contra técnicos estrangeiros no Brasil. O treinador não se mostrou totalmente contra os imigrantes, mas ressaltou ser errada a maneira que tratam os profissionais brasileiros.
“Eu não sou contra, sou treinador. Faço parte da Federação Brasileira de Treinadores junto com o Mancini. Sou contra o porquê de eles virem. Os brasileiros estão todos ruins, ultrapassados e não servem para nada? Eles descobriram o Brasil de novo? Quando chego em um clube, levando dez caras com multa alta, é complicado. Eles vêm com toda uma estrutura, fazem o que querem, tentam implantar a filosofia. O que não dá é: brasileiro não serve mais. A Seleção foi buscar o Ancelotti. Outra coisa, a licença da CBF é cara, e eu não posso usar ela para trabalhar em Portugal”, disse.
“Se eles chegam com uma licença abaixo aqui, trabalham. Lá não pode porque tem uma associação de treinadores muito forte, que tem prestígio da federação e da liga portuguesa. Se tentarmos algo assim aqui, não conseguimos porque não temos apoio da CBF. Outro ponto é, qual é a diferença do futebol brasileiro e o estrangeiro? É a pós perda e a intensidade. Isso nós sempre fizemos. Os caras têm um modelo melhor e deu certo, até que sim. Eles não descobriram a pólvora, mas acham que os brasileiros estão ultrapassados”, complementou Alfredo Sampaio.
Posição popular no Brasil
Em entrevista ao 365Scores em dezembro de 2023, o técnico Lisca deu uma opinião muito parecida com a de Alfredo Sampaio, ressaltando também a questão de os cursos não serem equiparados aos portugueses.
“Eu gosto, instiga a gente a crescer, traz novos conhecimentos para cá. A globalização do mercado atua em todas as áreas e o futebol não ia sair disso. Aqui o salário é bom, temos boa estrutura para trabalhar. As pessoas de bom conteúdo vão querer trabalhar aqui. Mas não pode rotular os técnicos brasileiros dizendo que são ultrapassados, não tem estudo, conhecimento. Tem muita gente que estuda, uma geração boa. A geração antiga também”, afirmou Lisca.
“Discordo um pouco a relação dos estrangeiros com os clubes. Eles vem com uma comissão bem grande, tempo de contrato grande e forma de pagamento. Se há rompimento, geralmente tem que pagar o contrato integral. E com os brasileiros não acontece isso, costuma ser uma multa de alguns salários. Nós também temos que ir para fora. As licenças estão sendo equiparadas. O PC Gusmão e o Turra tiveram dificuldade em Portugal porque o curso da CBF não é equiparado ao da Uefa”, concluiu.
Em 2022, Oswaldo de Oliveira também fez uma analise nesta linha, mas com um tom mais alto, afirmando que o futebol brasileiro não precisava de técnicos estrangeiros.
“A gente, hoje, não consegue sair daqui (Brasil) e nós estamos brigando por isso. A gente não consegue sair daqui para treinar um time de segunda divisão em Portugal, porque tem que mostrar o ‘bagulho’ lá (Licença UEFA). Eles (portugueses) chegam aqui, metem o pé na porta, e qualquer um dirige o melhor time do Brasil, é só falar ‘ora pois'”, disparou em palestra na Brasil Futebol Expo 2022.
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