Abel Ferreira perderá seu segundo jogo por suspensão no Brasileirão 2024: o que justifica?

Não é novidade para aqueles que acompanham o futebol brasileiro que Abel Ferreira é um dos treinadores mais ativos ao longo de uma partida. Isto é, o português participa, assiduamente, dos jogos do Palmeiras – seja isso para o lado bom ou ruim. Para a arbitragem, é um verdadeiro prato cheio – e para ele também.

Com o cartão recebido na última partida frente ao Cruzeiro, Abel será desfalque para o duelo de logo mais, no Maracanã, contra o Fluminense, pela última rodada do 1º turno do Brasileirão. Diferente das outras vezes, o treinador fez questão de reforçar sua insatisfação com o amarelo da vez, já que o lance foi revertido pelo VAR.

Palmeiras e Cruzeiro duelavam, com o time da casa vencendo por 1 a 0. No último lance do primeiro tempo, a Raposa marcou e, de imediato, Abel se enfureceu ao pedir falta na origem da jogada. Ele foi ouvido, o VAR chamou o árbitro e o gol foi anulado. Seu cartão, porém, não. “Levei um cartão por um erro que depois o VAR corrigiu, mas o cartão eu levei. Tenho plena convicção que os árbitros fazem o melhor que sabem e podem. Mas, bato muito nos critérios”, disse.

A primeira suspensão de Abel na competição foi logo na sétima rodada, quando acabou advertido contra o Athletico-PR e ficou de fora do jogo seguinte frente ao Criciúma. O Verdão não se abateu e, mesmo sem seu treinador, venceu por 2 a 1 fora de casa.

Foi o 11º cartão de Abel Ferreira em 42 jogos na atual temporada, Isso amarra uma média de um cartão pra cada 3.8 partida. Foram cinco no Brasileirão, com os outros acontecendo na Copa do Brasil, Campeonato Paulista, Libertadores e Supercopa do Brasil. A maioria deles (5) foram em clássicos. Confira a tabela detalhada:

A blindagem de Abel Ferreira com seus atletas

A postura de Abel Ferreira e outros treinadores estrangeiros é clara: proteção perante aos seus atletas. Bruno Lage, do Botafogo, antes de ser demitido ao fim da derrocada de 2023, deixou claro que seu objetivo sempre foi tirar o foco dos jogadores para que a pressão diminua dentro das quatro linhas.

A proteção pode acontecer por meios diferentes, sendo o principal deles o voto de confiança. Analisando Abel Ferreira, eles acontecem desde o elogio a jogadores em baixa, como faz com Rony, principal alvo de críticas da torcida; até aqueles que, mesmo contribuindo, são questionados, como Flaco López – neste, o lusitano não só confirmou que ele será a referência no ataque até o fim do ano, como também disse que, em breve, será convocado pela seleção da argentina.

Neste sentido, a partir do momento que um técnico chama a atenção para si, a grande mídia e o palco será montado para ele, enquanto seus jogadores podem trabalhar de forma eficaz e sem distrações para além do jogo em si.

Rival e algoz: Abel subiu a régua para o critério de punição aos treinadores

Para evitar a crescente de “novos Abeis”, a CBF se impõe cada vez mais contra treinadores que buscam polêmicas na beira do gramado. Um dos exemplos mais recentes envolve Luis Zubelbída, do São Paulo. O argentino chegou recentemente ao futebol brasileiro e já entendeu com as coisas funcionam por aqui.

Foram 10 cartões em apenas 19 jogos. A média é consideravelmente mais baixa quando comparada a do início de Abel Ferreira, que precisou de 51 partidas pra ser advertido dez vezes pela arbitragem. Isto é, enquanto Zubeldía recebeu um cartão cada dois jogos, Abel recebeu um a cada 5,1. O lusitano, de fato, subiu a régua para a punição de treinadores.

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