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A grande Conquista: Torcedores do Cruzeiro ‘copam’ o Paraguai para a final da Sul-Americana

A final da Sul-Americana está cada vez mais próxima, e neste sábado (23), Cruzeiro e Racing vão em busca da Grande Conquista. O time mineiro retorna a uma final continental após 15 anos. Já os argentinos não sabem o que é um título internacional há 32.

Com a grande final marcada para acontecer, diversos torcedores do Cruzeiro vão viajar até Assunção, no Paraguai, onde será realizada a partida que vale o troféu da copa Sul-Americana. Os ingressos, inclusive, esgotaram ainda nesta terça-feira, quatro dias antes da decisão.

“Decidi que ia na final logo após o fim da última rodada do Brasileirão 2023, quando o Cruzeiro garantiu a vaga (na Sul-Americana). Desde então, passei literalmente um ano falando sobre isso com todo mundo. Claro que não tinha certeza e em muitos momentos duvidei que o Cruzeiro chegaria à final, mas a possibilidade sempre existiu e sempre me pareceu acessível. Muita gente com quem falei me achou otimista demais (para dizer o mínimo), outros animaram a me acompanhar e depois desistiram ou não puderam ir. No fim das contas, vou eu e meu pai”, explicou o torcedor cruzeirense Otávio Silveira, de 30 anos, em exclusiva ao ‘365Scores’.

O mesmo otimismo foi compartilhado por Luiz Nogueira, de 24 anos. No entanto, o torcedor decidiu ir até Assunção após as oitavas de final, quando a Raposa garantiu a classificação contra o Boca Juniors, da Argentina.

“Eu decidi ir para Assunção nas Oitavas de Final. No jogo contra o Boca Juniors eu fui até Buenos Aires acompanhar o Cruzeiro, e junto com alguns amigos decidimos que a próxima viagem seria até Assunção para ser campeão”, afirmou.

Luiz Nogueira em partida do Cruzeiro. Foto: Arquivo Pessoal

Todos os caminhos levam a Assunção

Com ingressos esgotados, os torcedores agora organizam suas respectivas viagens. Não importa se será feita de carro, avião ou caravana, o importante é estar no Paraguai no próximo sábado para empurrar a equipe em busca de mais um título.

“Desde o início do campeonato eu já sabia que se o Cruzeiro chegasse a uma possível final, eu estaria lá independente do local. A viagem será feita de ônibus, caravana de torcida organizada”, contou o torcedor Thiago Loregian.

Já Luiz Nogueira irá viver uma verdadeira saga, unindo avião e ônibus para chegar até o palco da grande decisão.

“Vou ir de avião até Foz do Iguaçu, e de lá pegar um ônibus para Assunção ‘Em busca da Grande Conquista’. Assim que classificamos contra os Xeneizes eu já fiz a emissão e planejei a viagem, porque eu tinha a certeza que o Cruzeiro estaria na final”, lembrou.

“Eu e meu pai vamos de avião. A passagem e hotel foram comprados depois do jogo de ida das quartas de final, mas não foi nenhuma loucura: muitos sites de hospedagem permitem cancelamento grátis até perto da data de reserva e mesmo com as companhias áreas é possível pagar uma tarifa adicional para ter o mesmo direito de cancelamento. No fim das contas, se o Cruzeiro fosse eliminado, não teria prejuízo nenhum e acabei pagando um terço do preço das passagens após a classificação para a final. Para quem vinha idealizando tudo há um ano, foi um planejamento importante para não ser pego de surpresa pelo aumento dos preços”, disse Otávio Silveira.

Thiago Loregian acompanhando o Cruzeiro na La Bombonera. Foto: Arquivo Pessoal

Administradores de páginas para o Cruzeiro nas redes sociais, tanto Otávio, que cuida da @CruzeiroData, quanto Thiago, que administra a @Galeria1921 prometem publicar conteúdos relatando a viagem e todo o percurso até chegar na grande decisão.

Expectativas e sentimentos

Viver uma final internacional do seu time é algo inesquecível, e é exatamente essa sensação que os torcedores do Cruzeiro vão sentir ao chegar em Assunção. A alegria fica ainda maior se analisarmos os últimos anos da Raposa.

A equipe passou por uma Série B, problemas internos, mas se reergueu e agora está de volta na briga por um título internacional.

“Sentimento inexplicável! Nossa última final continental foi há 15 anos. Depois de tudo o que passamos, a ponto de quase fechar as portas, esse título que se Deus quiser vai vir para gente, será para lavar a alma”, disse Thiago Loregian.

“O sentimento é que estamos devolvendo o Cruzeiro para o seu devido lugar. Sinto que essa final é reafirmação de que o Cruzeiro voltou após ter a maior crise institucional de um clube brasileiro. A expectativa é de um jogo aonde a gente possa ser competitivo porque não somos favoritos para o confronto. Espero que não falte luta e entrega, é um jogo muito difícil e é por entender isso que eu estou indo fazer o meu papel na arquibancada e apoiar incondicionalmente para sairmos campeões”, analisou Luiz Nogueira.

Luiz Nogueira acompanhando o Cruzeiro na Bombonera. Foto: Arquivo Pessoal

“O sentimento ainda vamos descobrir. Apesar de achar que o modelo de final única não se encaixa bem na realidade sul-americana, sempre achei muito legal a mobilização de torcidas para viajar em massa para outros países para ver futebol: os aviões lotados de torcedores, as ruas coloridas e as pessoas confraternizando juntas. E a minha ideia sempre foi ver de perto como é tudo isso”, completou Otávio Silveira.

O Dinizismo

Comandado por Fernando Diniz, o Cruzeiro alcançou mais uma final para a sua história. Além disso, o treinador pode alcançar um feito que apenas dois técnicos chegaram: Gallardo e Rueda. Ambos os treinadores conquistaram de maneira consecutiva títulos da Libertadores e Sul-Americana, e Diniz pode chegar ao mesmo patamar, visto que é o atual campeão da Libertadores pelo Fluminense.

“Acho que temos muito pouco tempo para avaliar. São pouco mais de dois meses de trabalho e ainda com duas Datas Fifas no meio, o que reduz a quantidade de jogos para avaliar o trabalho. Ainda assim, acho que o time melhorou em alguns aspectos, especialmente na parte ofensiva, conseguindo criar mais do que vinha criando. Mas ainda há muito o que evoluir, o que só será possível com continuidade. Torço muito para que o título venha também para dar tranquilidade e tempo para o Diniz implementar seu trabalho em uma temporada completa e com o time que terá a disposição no próximo ano”, analisou Otávio.

“Para mim, está dentro do esperado. Quando o Fernando Diniz foi contratado eu não tinha expectativas de um início promissor. Vejo muitas dificuldades do treinador em adaptar o material humano que o Cruzeiro tem em mãos hoje no seu estilo de jogo, e por conhecer bem o elenco do Cruzeiro e as características dos jogadores, eu já esperava que fosse demandar tempo para atingir o desempenho e performance ideal. Agora o Diniz tá a um jogo de encurtar a temporada de 2025, cravar uma vaga direta para Copa Libertadores sendo cabeça de chave, e levantar toda a autoestima da torcida em um título internacional que seria histórico depois de tudo o que o Cruzeiro passou nos últimos anos”, finalizou Luiz.

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Gabriella Brizotti

Formada em jornalismo pela Unesp, sou uma apaixonada pelo esporte em geral, principalmente o futebol. Atualmente morando em Buenos Aires, na Argentina, escrevo sobre futebol argentino e futebol geral. Acompanho de perto o dia a dia do São Paulo Futebol Clube e também dos atletas Endrick, Deyverson e Philippe Coutinho.

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