Fluminense solicita mudança de partida para o Nilton Santos: “Maracanã é hospital de campanha. É um desrespeito”
A tabela do Campeonato Carioca já sofreu diversas alterações e está perto de ter mais uma mudança nas próximas horas. O Fluminense pediu para jogar no Nilton Santos ao invés do Maracanã, alegando ser “desrespeitoso”, já que há um hospital de campanha no estádio.
O clube manifestou sua insatisfação em atuar em um lugar que atende pacientes com Covid-19 e solicitou à Ferj a troca de estádio. A partida, no entanto, deve ser adiada, visto que Botafogo jogará no mesmo dia no Engenhão.
Em entrevista ao programa “Troca de Passes”, da “SporTV”, no último dia 18, os dirigentes do time de Laranjeiras ressaltaram a situação do Maracanã e o desrespeito para com os pacientes. Antes mesmo da marcação das partidas, o Fluminense já tinha a intenção de não jogar no estádio.
“Acho que não deveria ser marcado jogo no Maracanã. É um desrespeito ter jogo no Maracanã, que tem um hospital de campanha do lado. Se retornarmos em julho, sob protesto, nós vamos pedir à Federação para jogar no Nilton Santos ou em São Januário. Lá na frente, quando voltar o Brasileiro, talvez a gente tenha que jogar para cumprir um contrato”.
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No entanto, apesar de ser contra o retorno do Carioca e entrar em campo no cenário atual – o país passou dos 50 mil mortos pela doença e dos 1 milhão de contaminados no país nos últimos dias -, o clube emitiu uma nota confirmando a partida e informando que não recorrerá à decisão do STJD. Porém, no documento, ressaltou que a “volta do futebol no momento é um erro”.
Veja a nota na íntegra:
“O Fluminense Football Club acatará a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva determinando que os jogos sejam realizados a partir do dia 28 de junho. Dito isso, é preciso deixar claro que o retorno do futebol neste momento é um erro. Nenhum clube deveria ser submetido à obrigatoriedade de jogar e ao risco de ser punido desportiva e financeiramente em meio ao estado de calamidade pública.
A falta de sensibilidade manifestada pela maioria dos clubes do Rio de Janeiro, bem como por sua representação da FERJ, demonstra falta de entendimento sobre o papel social do futebol. Não são apenas nossos jogadores e profissionais que estarão expostos à contaminação, mas as milhões de crianças e jovens que serão influenciadas pela excitação que uma partida do time do coração pode causar. O futebol tem caráter exemplar. Ninguém deveria dirigir um clube de futebol ou a federação de clubes sem ter plena consciência disso.
Jogaremos sim, em respeito à decisão da Justiça Desportiva. Entendemos também que para os clubes de menor aporte financeiro, voltar aos campos é uma questão de sobrevivência. O Fluminense compreende o fato de que nenhum clube existe sozinho. O futebol profissional é uma engrenagem complexa e dispendiosa. Um clube não pode simplesmente deixar de cumprir seus compromissos, desde que, por óbvio, tenha o mínimo de segurança para seus atletas, funcionários e torcedores. O que não justifica atitudes individuais de dirigentes e clubes pois, como já dito, não existe futebol sem o conjunto de clubes.
A partir das datas definidas na decisão desta tarde, consultamos o nosso Departamento Médico, Comissão Técnica, equipe de preparação física e de Fisiologia. Fomos informados que, após as avaliações físicas feitas no primeiro dia de treino, e pelo fato de que não será mais obrigatória a concentração de 48 horas prevista no protocolo (revogada pela FERJ já na rodada de retorno), os jogadores terão a condição física mínima requerida para retornar à competição no dia 28 de junho.
O Fluminense requisitará à FERJ que as partidas sejam realizadas no Estádio Nilton Santos, para que não joguemos ao lado do hospital de campanha no momento em que a taxa de óbitos segue alta no Rio de Janeiro”