Futebol

Corinthians divulga carta aberta sobre o papel do futebol na pandemia de coronavírus

O Corinthians publicou nesta terça-feira uma carta aberta sobre o papel do futebol na pandemia de Covid-19. O texto, assinado por Andrés Sanchez, fala sobre os impactos da doença no cenário mundial e também sobre a possível retomada do esporte no Brasil. 

Leia também:

Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, desmente acordo verbal por retorno de Jô
Andrés Sanchez solta o verbo: “Não se comparam as situações de Corinthians e Cruzeiro
Andrés Sanchez, sobre Tevez: “Tudo é possível, mas não tem nada oficial”

Em um dos trechos, o presidente do Corinthians compara a situação do futebol brasileiro com a volta das atividades no Campeonato Alemão. Sanchez afirma que o Brasil “está caminhando para outro lado”. Além disso, alfinetou os ruídos na comunicação entre os clubes e as federações.

“Se o combate ao vírus não tem alinhamentos entre os governos, no futebol as reações estão ainda mais fragmentadas. Com decisões facultadas aos Estaduais, criam-se ruídos. O futebol perde muito como produto quando transmite que, para a bola rolar, basta decidir qual clube está mais pronto, ou qual estado está mais disposto a riscos, enquanto se somam mais de mil óbitos por dia”.


Luto no futebol: Vadão, ex-técnico da seleção feminina, morre vítima de câncer

Conforme noticiado recentemente, Vadão, ex-técnico da seleção feminina de futebol, estava internado devido a complicações de um câncer no fígado. …



“Recebi ameaças de morte”: Caballero viveu pesadelo após Copa do Mundo de 2018
365Scores
maio 25, 2020


Ibrahimovic sofre lesão em treino, e futuro do atacante está em risco
365Scores
maio 25, 2020

Confira a carta publicada no site oficial do Corinthians na íntegra:

“Depois de 23 mil mortes causadas pela Covid-19, todo debate é menor. Por isso, em nome do Corinthians, manifesto antes nossa solidariedade a cada brasileiro afetado por doença, luto, ou prejuízo profissional. Tudo isso importa.  E é legítimo que o futebol – como qualquer setor – procure saídas junto ao governo federal e a seus respectivos estados, prefeituras e federações, a fim de impedir um aprofundamento da crise na atividade. É preocupante, porém, que o Brasil viva um cenário muito diferente daqueles países que retomam suas ligas.  A queda de receitas já obrigou muitos clubes a executar cortes e demissões. O Corinthians tem adotado medidas de austeridade, como a redução temporária de salários e jornada, apoiada na MP 936. Fazemos e refazemos as contas diariamente, mas somos realistas: trata-se da pior epidemia no país nos últimos 100 anos, e nenhuma atividade econômica sairá dessa sem transformações inevitáveis.  No Corinthians, não será diferente. O que não muda é o nosso compromisso com um futebol forte como carro-chefe e a parte social como tradição, e é para isso que estamos trabalhando. Como também vemos o clube como um veículo capaz de impactar mais de 30 milhões de torcedores via mídias digitais, levamos informação útil e iniciativas solidárias, com o sonho de terminar a pandemia sem nenhum torcedor a menos.   Somos testemunhas dos elogiáveis esforços da CBF, da Federação Paulista de Futebol e de outros clubes. Mas é preciso repensar, de forma ampla, o papel do futebol e sua influência nesse jogo.  Na Alemanha, houve diálogo intenso entre todos os agentes políticos e esportivos, e um princípio foi claro para a Bundesliga: o futebol não pode se antecipar ao controle da pandemia. Quando a sociedade confiou no sucesso do combate alinhado entre governo e estados alemães, a Bundesliga finalmente retomou seus jogos em sincronia, no último dia 16. Houve responsabilidade com seu produto, seus astros e seu público.  O futebol brasileiro, porém, caminha para outra direção.  Se o combate ao vírus não tem alinhamentos entre os governos, no futebol as reações estão ainda mais fragmentadas. Com decisões facultadas aos Estaduais, criam-se ruídos. O futebol perde muito como produto quando transmite que, para a bola rolar, basta decidir qual clube está mais pronto, ou qual estado está mais disposto a riscos, enquanto se somam mais de mil óbitos por dia. Em 2020, a Série A tem 20 clubes de nove estados, cada um com panoramas distintos da doença. Isso pede um trabalho mais coordenado entre governos, clubes e federações. Num esporte coletivo, não dá para jogar sozinho. Sem isso, qualquer retorno apenas adiará a próxima pausa forçada, em que os clubes vão, de novo, agonizar. Como negócio sustentável, o futebol só poderá voltar depois de uma articulação eficiente, focada tanto no bem-estar das pessoas quanto na segurança da Saúde nos estados envolvidos”.

Siga nas redes sociais


Facebook-f


Twitter


Instagram

Redação 365Scores

A redação do 365Scores é atualmente integrada por seis redatores. Entre nós, produzimos conteúdo sobre todos os esportes diariamente - desde as hardnews até os mais elaborados com fatos curiosos.

34325 Articles

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo