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Mano Menezes entra na Justiça contra o Cruzeiro; Gestor do clube revela déficit de R$ 300 milhões no balanço de 2019

A crise no Cruzeiro parece não ter fim. Após a perda de seis pontos na série B por não pagamento da dívida com o Al Wada e dos gastos do presidente com “entretenimento adulto”, foi a vez de Mano Menezes entrar na Justiça pedindo o reembolso de suas demissões. O ex-técnico cobra cerca de R$ 5,3 milhões .

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Mano Menezes cobra 5,3 milhões do Cruzeiro na Justiça – Foto: Getty Images

Mano teve o contrato rescindido em 2019 e foi feito um acordo que o clube pagaria em duas parcelas o valor de R$ 1.911.924,11. Porém, conforme consta no processo, o Cruzeiro desonrou a decisão, não quitando a dívida e nem cumprindo os prazos estabelecidos, de acordo com o “GloboEsporte.com”.

“O Clube Reclamado não efetuou o pagamento de qualquer valor pactuado para a rescisão de contrato de trabalho, tampouco cumpriu com os prazos estabelecidos no respectivo instrumento, em evidente conduta de má fé e desconsideração, tendo o autor conseguido tão somente sacar os valores existentes na conta vinculada do FGTS até o momento”, diz a petição.



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Segundo a publicação do “GloboEsporte.com”, o técnico acionou novamente a Justiça e solicita os seguintes itens no segundo processo:

  • Que seja declarada nula a cláusula 2.5 do Instrumento de Resilição Consensual de Contrato de Trabalho;
  • R$ 1.349.424,11 de parcelas rescisórias incontroversas (R$ 500 mil pela conquista do Mineiro 2018);
  • Diferenças sobre as parcelas rescisórias, considerando o salário base de R$ 600.000,00 que deveria ser pago a partir de 01/01/2019 até o término de vigência contratual: R$ 23.333,33, R$ 58.333,33, R$ 66.666,67 e R$ 20.888,89;
  • Pagamento das diferenças salariais relativas à cláusula 5.1 do contrato de trabalho onde o valor do salário bruto deveria ser de R$ 600.000,00 (cláusula 5.1) relativo a janeiro/2019 até a rescisão: R$ 700.000,00;
  • Saldo de Salário do mês de Junho de 2019: R$ 199.597,00;
  • Saldo de Salário do mês de Julho de 2019: R$ 362.903,00;
  • Pagamento da multa do artigo 477,§ 8º, da CLT: R$ 600.000,00;
  • Caso o Reclamado não efetue o pagamento de todas as parcelas incontroversas, na primeira audiência, seja o mesmo condenado ao pagamento da multa do artigo 467 da CLT, no montante de: R$ 876.249,9;
  • Pagamento das diferenças de FGTS: R$ 69.537,77;
  • Pagamento dos honorários do procurador da Reclamante na razão de 15% sobre o valor da condenação;

Déficit de R$ 300 milhões

O Cruzeiro terá novas eleições na próxima quinta-feira e, em entrevista, o presidente do Conselho Gestor do clube, Saulo Fróes, falou sobre a situação financeira que entregará ao novo mandatário e o próximo balanço. Segundo ele, será em torno de R$ 300 milhões. 

“O que nós pegamos, com todo respeito, é um milagre. O Cruzeiro estava acabado. Conseguimos sobreviver dentro de uma linha até normal (…) Nós economizamos só nesses três meses, nós evitamos mais R$ 100 milhões, entre 100 a 110 milhões é que nós economizamos em cinco meses. Então é muito dinheiro. A dívida do Cruzeiro, o balanço vai ser divulgado amanhã (quinta), mas posso garantir para vocês que o prejuízo do Cruzeiro foi mais de R$ 300 milhões. É uma situação infelizmente lamentável, o que eles fizeram com o Cruzeiro é uma situação quase irreversível”

Saulo Fróes, presidente do Conselho Gestor do Cruzeiro – Foto: Cruzeiro/Bruno Haddad

Quando ao caso envolvendo a Fifa e a punição pela dívida com o time dos Emirados Árabes, Fróes falou à rádio “98FM” que pediu à entidade máxima de futebol a suspensão dos processos em função da pandemia e também o parcelamento da dívida, porém foram negados.

Para ele, a paralisação dos campeonatos prejudicou a situação do Cruzeiro, já que não há receita de jogos e da TV, assim como a possibilidade de venda de jogadores, e que os dirigentes estão tentando reverter a decisão. 

“Fizemos pedido na Fifa do parcelamento e não foi aceito, tentamos vários empréstimos, mas a instabilidade política prejudicou a gente demais, porque as pessoas que querem emprestar ao Cruzeiro, além de não haver credibilidade, tem o problema da insegurança jurídica. Tentamos a venda de atletas, estava praticamente fechado a venda de um atleta por um preço excelente, foi justamente na semana da pandemia. Essa situação resolveria a situação da Fifa, os patrocinadores suspenderam os pagamentos e sequer temos receitas de jogos e TV, porque foi tudo adiantado”.

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