Mundial de 92: São Paulo x Barcelona
Há 28 anos, o São Paulo conquistava seu primeiro título Mundial. Após derrotar o Newell’s Old Boys, da Argentina, na Libertadores, em uma disputa de pênaltis, o time de Telê Santana bateu o Barcelona por 2 a 1 e se consagrou campeão.
O clube catalão era treinado pelo lendário Johan Cruijff e considerado o “time dos sonhos”. Porém não foi o primeiro confronto direto das equipes. Em agosto do mesmo ano, Barça e São Paulo se enfrentaram pelo Troféu Teresa Herrera e os brasileiros saíram vitoriosos por 4 a 1.
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No Mundial, o placar não foi tão elástico quanto no primeiro encontro entre os clubes. O time de Cruijff saiu na frente com Stoichkov logo aos 12 minutos da etapa inicial.
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Porém o São Paulo tinha a força de Raí, o grande herói da conquista. Ainda no primeiro tempo, o camisa 10 do São Paulo empatou a partida aos 27 minutos.
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A virada veio no segundo tempo, após Raí acertar uma falta certeira no gol de Zubizarreta aos 33 minutos.
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Em depoimento à série “Como se fosse ontem” criada pelo Globoesporte.com, Pintado relembrou a conquista mais marcante de sua carreira e também as curiosidades sobre o dia histórico. O volante disse que no vestiário o clima era de confiança e motivação e que a falta de Raí foi treinada por eles durante todo o ano.
“O Raí fez gol de bicicleta, de calcanhar, de cabeça, de barriga, de tudo. Foi artilheiro do campeonato no ano, e só não conseguiu fazer um gol, até aquele momento, de falta, que a gente vinha treinando muito. E tem um momento que eu chego pra ele e falo “faz o gol, que é o gol do título”. É muito marcante, é muito mágico porque tem uma foto desse momento, da veia do meu pescoço, eu gritando com ele. E ele, com aquela frieza que todo o craque tem, falou “calma, me deixa concentrar”. E eu falando “faz o gol que é o do título”.
“O Raí fez gol de bicicleta, de calcanhar, de cabeça, de barriga, de tudo. Foi artilheiro do campeonato no ano, e só não conseguiu fazer um gol, até aquele momento, de falta. E o gol do título vem num gol de falta”
Após o gol, o campeão mundial lembra que virou para Ronaldão e falou, emocionado, que a partida já tinha acabado e que eles seriam campeões. “Acabou, parceiro, acabou. Nós vamos ser campeão, esse título é nosso, ninguém mais vai tirar da gente. Faltam 15 minutos? O tempo que faltar, esse jogo é nosso, esse campeonato é nosso, o título do mundo vai ser nosso”.
Assim que o árbitro deu o apito final, Pintado disse que foi um sentimento muito especial, pois cada um do time teve uma história, e que a ficha caiu aos poucos. “Você sabe que você conquistou algo grande, mas você não tem ideia da dimensão disso ainda. Foi cair a nossa ficha da importância dessa conquista quando nós voltamos para o Brasil e chegamos em São Paulo”, finalizou.
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Um fato curioso do Mundial de 92 foi revelado pelo árbitro Juan Carlos Lostau. O argentino contou à ESPN que 48 horas antes do confronto, os técnicos Johan Cruyff e Telê Santana falavam sobre futebol como se fosse “algo sagrado” e fizeram um pacto: que os times jogariam um futebol limpo e bonito, sem qualquer tipo de artimanha, para saber quem seria o campeão mundial naquele ano. Ambos queriam a vitória, porém não de qualquer forma.
“Eles falavam de futebol como se fosse algo sagrado. Diziam que interromper uma partida com simulações de lesões, esconder a bola ou fazer uma substituição para ganhar segundos não era válido. Estavam convencidos que perder jogando bem não era fracassar e que uma partida leal, se se respeitam os princípios, não há vencedores nem vencidos”
Fica técnica de São Paulo x Barcelona:
São Paulo: Zetti, Vitor, Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Toninho Cerezo (Dinho), Pintado e Raí; Cafu, Palhinha e Muller. Técnico: Telê Santana
Barcelona: Zubizarreta, Ferrer, Koeman, Guardiola e Euzébio; Bakero (Goicoechea), Amor, Witschge e Begiristain (Nadal); Stoichkov e Laudrup. Técnico: Johann Cruyff.