Tévez: Da favela para os braços da nação argentina
A trajetória do argentino, de uma bairro carente de Buenos Aires, que se tornou o ídolo de uma nação
O Boca Juniors, clube mais popular da Argentina, completa 115 anos de história nessa sexta-feira. Famoso pelo slogan de sua torcida “La mitad mas uno”, referência às pesquisas que apontam o clube como tendo mais da metade da população argentina torcendo por suas cores.
O time da Bombonera tem ídolos históricos, como Maradona, Juan Roman Riquelme, Palermo e atualmente Tévez, considerado o maior jogador da história do Boca ainda em atividade.
Carlos Tévez é um dos maiores nomes do século XXI do Boca Júniors e da Argentina. Destro, 1,73m e com habilidade e raça característicos, “Carlitos”, como é chamado carinhosamente pela torcida xeneize, cresceu em Fuerte Apache, favela de Buenos Aires.
Para Ariel Palácios, jornalista da GloboNews e comentarista do Redação SporTV, a história de Tévez tem algumas similaridades com a de Maradona, mas frisa que apenas na parte esportiva.
“A história de Tévez se assemelha a de Maradona, por ter virado o “jogador do Boca” mesmo tendo atuado muito mais tempo e com muito mais destaque em outros times”
Ariel conta que Carlitos se tornou um destaque nacional na Argentina com a campanha da seleção nas Olimpíadas de 2004, em Atenas. Naquela ocasião Tévez, Messi, Mascherano e cia conquistaram o inédito ouro para a modalidade.
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Após gerar grande frenesi pela conquista em seu país, conquistando títulos importantes com o Boca e com a seleção, Tévez se transferiu para o Corinthians, sendo até hoje a transferência mais cara feita por um time brasileiro.
Campeão nacional de 2005 e eleito o craque do Brasileirão, Tévez se muda para a Inglaterra, quando alcançou suas maiores glórias, dentre elas a Champions League 2007/08 e do Mundial da FIFA em 2008.
De volta para casa
Sua esperada volta a Argentina aconteceu em 2015, após grande temporada pela Juventus-ITA, porém sem cumprir com toda a expectativa criada pela torcida, já que Tévez logo se mudou para a China, passagem que o mesmo resumiu como “um período de férias”, retornando outra vez ao Boca em 2018.
Para Ariel, Tévez é uma espécie de líder espiritual do elenco e o compara a um ator. “Ele é como um daqueles grandes atores, que após um grande trabalho, lota os teatros ou cinemas apenas com sua presença, mesmo participando de um filme ou peça de quinta categoria” finalizou.
Dentre os títulos mais importantes de Carlitos Tévez com o Boca, estão a Libertadores da América em 2003, a Copa Sul Americana em 2004, além de 5 títulos argentinos, o último com um gol seu tirando a taça das mãos do River Plate, o maior rival, na última rodada.